Dados da PNAD Contínua Trimestral do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2016 afirmam que o Brasil tinha cerca de 6 milhões de trabalhadores domésticos, sendo grande parte em dissonância com as leis trabalhistas. Diante disso, são perceptíveis os desafios da realidade do trabalho doméstico no Brasil, a partir da desvalorização dele, com base em fatores históricos de desprezo arraigados na sociedade, que impossibilitam a realização de tais serviços com qualidade. Desse modo, a falta de fiscalização e a precarização do trabalho destacam-se como motores da problemática abordada.

A priori, sabe-se que os desafios da realidade do trabalho doméstico no Brasil são dados pela desvalorização de tal profissão. Dessarte, é notável a ausência da fiscalização do poder público em relação à realização íntegra e eficaz do trabalho doméstico dentro dos padrões estabelecidos pelas leis trabalhistas, que são corrompidos frequentemente. Posto isso, William Shakespeare, em "para o trabalho que gostamos, levantamo-nos cedo e fazemo-lo com alegria", evidencia que boas condições de emprego contribuem para que ele seja realizado de maneira eficiente e prazerosa, realidade não intrínseca Brasil. Logo, conclui-se que banalizando tais empregos, a vigilância faz-se distante e indiferente, contribuindo para o desequilíbrio desses ambientes de trabalho e levando a diversas consequências que podem alterar significativamente a forma de sustento de inúmeras famílias.

A posteriori, é eminente que os desafios da realidade do trabalho doméstico no Brasil são resultados da desvalorização do exercício de tais funções. Dessa maneira, a problemática já deteriorada pela ausente fiscalização, ainda se encontra desprezada em razão das condições trabalhistas precárias, tendo como exemplo a baixíssima remuneração em favor de longas e exaustivas escalas de trabalho, assemelhando-se aos períodos escravistas. À vista disso, Aristóteles, em sua frase "o prazer no trabalho aperfeiçoa a obra", salienta a importância de um bom ambiente de serviço para a melhor realização das atividades, situação quase inexistente no Brasil em relação ao trabalho doméstico, onde as pessoas submetidas a ele são desvalorizadas e desmunidas de seus direitos. Destarte, por conseguinte, patrões e contratados ficam insatisfeitos, resultando em complicações como danos à saúde do trabalhador ou a perda do emprego, retirando sua forma de subsistência.

Em defluência dos argumentos apresentados, verifica-se que os desafios da realidade do trabalho doméstico no Brasil ocorrem devido à desvalorização de tal emprego. Assim, almejando resolver a problemática, o Ministério da Economia deverá, através da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, intensificar a fiscalização do exercício de trabalhos domésticos, exigindo que os contratantes assegurem, por meio de contratos, boas condições de trabalho aos contratados condizentes com as leis trabalhistas, evitando a precarização desses serviços e garantindo a realização eficaz deles, preservando o meio de subsistência de parte da população brasileira.