O racismo é uma realidade no Brasil e no mundo. Séculos de exploração e marginalização de um povo em prol dos interesses de outro nos trouxeram à uma existência onde se vive o racismo de maneira estrutural, a um ponto em que os que o praticam não se enxergam como racistas e, os casos de discriminação racial que tomam maior visibilidade são tratados como “casos isolados”.

Esse ano, 2020, em Minneapolis-EUA, George Floyd - homem negro e pobre – foi morto por asfixia, durante uma abordagem policial. No Brasil, um relatório produzido pela Rede de Observatórios e Segurança apontou que, atualmente, 75% dos mortos pela polícia são negros (pretos e pardos), sendo que estes representam apenas 54% da população brasileira. Pesquisas do IBGE de 2019 também apontam que os negros são maioria da população carcerária, têm a maior taxa de analfabetismo, os menores salários e sofrem mais com a violência e desemprego.

Os moldes que a nossa sociedade toma, colocando os negros às margens do corpo social, geram esse clima de discriminações e preconceitos que, muitas vezes, nem riqueza ou fama são capazes que contê-los, como foi o caso do Neymar Jr. - homem negro, rico e famoso - que sofreu injúrias raciais durante uma partida de futebol, e mesmo após um processo o agressor saiu impune.

O processo de desconstrução do racismo deve ser iniciado na educação básica de crianças e adolescentes. Programas de cotas raciais no mercado de trabalho também são de grande importância para a equiparação salarial e redução das taxas de desemprego, como por exemplo o atual programa de Trainees da Magazine Luiza. Estudos mais aprofundados sobre as altas taxas de violência sofrida pelos negros e as altas taxas de encarceramento, e ações significativas para mudá-las. E, por último, medidas judiciais que realmente façam justiça em casos de racismo.