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Por Eliseu14
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No livro “O Paradoxo da Moral”, do musicólogo francês Vladimir Jankélevitch, aborda-se a passividade das pessoas perante os impasses enfrentados pela sociedade, ou seja, a cegueira ética do homem moderno. Nesse viés, observa-se que a hodierna realidade brasileira se assemelha ao campo ficcional, dado que, infelizmente, o racismo estrutural persiste como um desafio, na medida em que essa adversidade é negligenciada por inúmeras parcelas políticas e sociais. Dessa forma, com o intuito de reverter esse quadro, é imprescindível compreender intrinsecamente o que provoca esse cenário caótico de instabilidade.

Diante dessa perspectiva, é fulcral pontuar que essa problemática causada, sobretudo, pela ausência do conhecimento informativo. Em consonância com tal tese, é possível citar o pensamento do filósofo Arthur Schopenhauer, o qual afirma que os limites do campo de visão de alguém determinam o seu entendimento a respeito do mundo que o cerca. Desse modo, é perceptível que a falta de esclarecimento sobre o valor constitucional da inclusão das pessoas negras, ocasionada pela escassez de investimentos do setor público em campanhas e debates, faz com que a reprodução sistemática de práticas racistas se mantenha e os indivíduos não consigam entender o que é e como funciona o preconceito racial. Como retrato disso, os negros passam a perder visibilidade no meio socioeconômico e ficam mais vulneráveis às injustiças comunitárias, como o acesso a empregos menos remunerados e educação de baixa qualidade, o que torna evidente a persistência da contrariedade no Brasil e impede a consolidação de um país que assegure uma vida digna e justa como direito comum à totalidade dos seus habitantes.

Além disso, é imperativo destacar a desigualdade como mais uma das causas do estorvo discutido. A partir dessa conjuntura, vale evidenciar que, conforme a análise da antropóloga Lilia Schwarcz, desde o período de formação do Brasil, o contexto foi marcado pela concentração do poder nas mãos de poucos, o que favoreceu um cenário de disparidade coletiva. Nesse sentido, percebe-se que, na situação atual brasileira, as camadas menos favorecidas, como os pretos e pardos, tendem a ser discriminados e marginalizados, com má distribuição de renda, mínima representação política e com os piores índices de desenvolvimento humano, visto que, lamentavelmente, persiste o processo de assimetria de oportunidades entre o corpo civil, fazendo com que, por consequência, a inserção nas estruturas sociais esteja ao alcance de uma minoria. Sob essa lógica, fica explícito que, no que tange à insuficiência de ações efetivas, esse obstáculo segue se agravando e, uma vez que prejudica diversos segmentos da pátria, precisa ser combatido.

Nota-se, portanto, a necessidade de medidas para modificar essa conjuntura problemática no território brasileiro. Tendo isso em mente, urge que o Governo Federal, órgão de maior relevância no âmbito da nação, por intermédio do Ministério dos Direitos Humanos em parceria com o Ministério da Igualdade Racial, reforce políticas de instrução dos cidadãos quanto aos seus direitos. Tal ação deverá ser realizada por meio da implementação de um Projeto Nacional de Combate ao Racismo, o qual irá promover debates e campanhas acerca da importância da inclusão dos negros e da igualdade entre raças, a fim de que se diminua a discrepância existente socialmente e que a reprodução do preconceito e de atos discriminatórios estruturais sejam definitivamente extinguidos. Afinal, somente assim, será possível solucionar esse histórico empecilho enfrentado e, ademais, não será tratado passivamente, como em “O Paradoxo da Moral”.
Competência 1

Demonstrar domínio da norma da língua escrita.

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Competência 2

Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo.

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Competência 3

Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.

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Competência 4

Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação.

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Competência 5

Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.

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