TEXTO III
“O Brasil tem uma reputação invejável no exterior, mas os brasileiros, às vezes, parecem ser cegos para tudo exceto o lado negativo”. Estudante de Oxford em estadia no Brasil comenta o complexo de vira-latas dos brasileiros e diz considerar deprimente o endeusamento de alguns aos Estados Unidos como modelo de sociedade. “O Brasil está passando por um período difícil e, para muitos brasileiros com quem falei sobre os problemas, a solução ideal seria ir embora, abandonar este país para viver um idealizado sonho americano. Acho esta solução deprimente. Não tenho remédio para os problemas do Brasil, obviamente, mas não consigo me desfazer da impressão de que, talvez, se os brasileiros tivessem um pouco mais orgulho da própria identidade, este país ficaria ainda mais incrível. Se há insatisfação, não faz mais sentido tentar melhorar o sistema?
Destaco aqui o que vejo como um uma segunda colonização do Brasil, a colonização cultural pelos Estados Unidos, ao lado do complexo de vira-latas porque, na minha opinião, além de andarem juntos, ao mesmo tempo em que existe um exagero na idealização dos americanos, existe um exagero na rejeição ao Brasil pelos próprios brasileiros. É preciso lutar contra o complexo de vira-latas. Uma divertida, porém inspiradora, lição veio de um vendedor em Ipanema. Quando pedi para ele botar um pouco mais de ‘pinga’ na caipirinha, ele respondeu: ‘Claro, (mermão) meu irmão. A miséria tá aqui não!’ Viva a alma brasileira!”
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TEXTO III Fonte: TEXTO IV
De maneira resumida, há três “heranças” dessa onda de protestos: a percepção da sociedade de que sua mobilização pode dar resultado, a capacidade de articulação e de engajamento das pessoas na rede social que pode chegar às ruas e a proliferação do uso das táticas black bloc em todas as manifestações a partir de então.
Com os protestos do ano passado, os questionamentos sobre políticas públicas parecem ter mais visibilidade. Movimentos sociais com histórico de lutas por direitos aproveitaram o impulso das manifestações de 2013 e a atenção interna sobre os gastos com a Copa e reforçaram demandas antigas — caso da greve dos professores no Rio de Janeiro, as marchas do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) e as greves dos rodoviários e metroviários em diversas cidades.