O canal americano(Discovery), ao produzir o documentário “O sobrevivente”, exibe a rotina de um homem deixado em locais paradisíacos e inóspito mundo afora. Ed Stanford, participante solo do programa, destaca a constante presença de resíduos sólidos no ambiente de suas viagens. Mostra as inúmeras vezes em que fora “salvo” por saber reutilizar tais materiais. Distante das ações de Ed Stanford, a promoção da reciclagem no Brasil beira a inércia. Sob essa perspectiva, é fundamental destacar os aspectos socioculturais e a ineficiência legislativa como pilares fundamentais do problema exposto.
Primeiramente, o mais escandaloso dos escândalos é que nos habituamos a eles. A afirmação, atribuída à filósofa francesa Simone de Beauvoir, encaixa-se facilmente ao cenário de baixa divulgação e adesão ao descarte seletivo do lixo pelo povo brasileiro. Ademais, dados alarmantes do Banco Central Mundial, colocam o Brasil em 4° lugar como produtor de plástico no mundo, somados aos 66% da população sem conhecimento, alheios a realidade sombria que se instaura no país. Constata-se, portanto, a urgência de ações que promovam o reconhecimento e prática do ciclo da reciclagem pelos canarinhos.
Vale ressaltar ainda, o quão ineficazes são os projetos direcionados às políticas sociais, econômicas e tecnológicas brasileiras. Segundo o Centro de Pesquisas em Ciência, Tecnologia e Sociedade, cerca de 60% da coleta residual é disposta em aterros sanitários. Ademais, são 6,3 milhões de toneladas sem recolha e tratamento adequado. Paralelamente, o Ministério do Meio Ambiente, estima que a Terra dos Papagaios perca cerca de R$ 8 bilhões por ano com a falta de reciclagem. Reafirmando a falha estruturação socioambiental e legislativa, que “enterram” verbas fundamentais aos cidadãos. Logo, a perpetuação desses impasses torna-se inadmissíveis nos dias atuais.
Infere-se, portanto, que a promoção da reciclagem no Brasil, clama por soluções. Logo, a Câmara dos Deputados e Senado Federal, por intermédio da implementação de projetos e programas socioambientais, que inclusos na BNCC, serão inseridos o mais breve possível na sociedade. Assim, uma pátria moldada pela educação e entendida de seus deveres sociais não perecerá a mercê de um passado de atitudes erradas. Enquanto isso, grandes empresas criarão bolsas de pesquisas para adjunto do governo investirem no desenvolvimento de tecnologias sustentáveis e reutilizáveis. Deste modo, manteremos o território saudável e autossuficiente para as próximas gerações.