No filme "Que Horas Ela Volta", a doméstica Val e sua filha são zombadas por seus patrões devido ao sotaque nordestino. O filme brasileiro se encaixa perfeitamente nos panoramas da nação, pois o preconceito linguístico, que é levado até mesmo como sátira, é crime de acordo com a Lei 7.716. Porém, esta lei é negligenciada e esquecida por muitos, abrindo margens para que diversos indivíduos sejam discriminados. Dessa forma, é imprescindível elencar a apatia social e a impunidade presente.
A priori, é imperioso destacar a conformidade por parte do corpo social como geratriz dessa situação desfavorável. Diante do que foi dito, essa reflexão encontra impulsos na fala da filósofa Simone de Beauvoir: "O maior dos escândalos é que nos habituamos a eles." A fala da francesa configura o panorama da nação, visto que o contentamento acaba fazendo com que o preconceito linguístico no Brasil seja tema recorrente a ser abordado por virtude da superficialidade social.
Sob esse viés analítico, é mister destacar a impenitência presente como principal estimulador dessa situação abominável. Diante do exposto, essa reflexão encontra impulsos na fala do ativista Martin Luther King Jr: "A injustiça em um lugar qualquer ameaça a justiça em qualquer lugar." A fala do inglês vai de encontro com os acontecimentos eminente, visto que, mesmo tendo penas por praticar preconceito linguístico no Brasil, os indivíduos praticantes acabam por permanecer impunes mesmo fazendo tal ato, acarretando até mesmo problemas psicológicos nas vítimas.
Em resumo, ao entender que o preconceito linguístico é um entrave que afeta diversas pessoas, é necessário empenho governamental - órgão responsável pelo amparo do corpo social - para combater a antipatia linguística por meio da penalização dos praticantes desse ato desonroso, para que não existam mais vítimas. Além disso, é importante oferecer oficinas a fim de instruir a sociedade a respeito desse problema. Essa iniciativa teria como finalidade fazer com que casos como o de "Que Horas Ela Volta" não se repitam em nossa nação.