Desde a colonização, a variedade linguística se torna inevitável dado a variedade de povos que aqui chegaram, holandeses, portugueses, alemães e italianos, além dos povos indígenas que já se encontravam em terras brasileiras. De maneira análoga a isso, encontra-se desafios no combate ao preconceito linguístico no Brasil. Nesse prisma, destacam-se dois aspectos importantes: o preconceito regional, a aversão ao sotaque e a distinção de classes sendo os mais pobres discriminados ao dominarem variedades informais.
Em primeira análise, evidencia-se o preconceito regional a regiões mais humildes e maiores variedades na fala. Sob essa ótica, o livro "Vidas Secas" de Graciliano Ramos traça uma critica social ao retrato da sociedade brasileira, mostrando a vida de retirantes pobres no sertão nordestino, narrando situações em qual seus personagens são incompreendidos ,zombados e excluídos por suas falas "inadequadas". Dessa forma, comprova-se como o preconceito linguístico regional afeta diretamente a vida na sociedade atual.
Além disso, é notório que variedades informais dominadas por regiões mais pobres são alvos de discriminação e julgamentos, termos populares como "jeca" são atribuídos diretamente a essas pessoas. Dessa modo, o poeta e escritor Augusto Branco, diz: "A finalidade da comunicação é fazer-se entender. Mas há quem prefira se desentender". Consoante a isso, membros de classes mais pobres são discriminados por dominarem variedades informais de menor prestígio, muitas vezes por estarem menos presentes em modalidades educacionais de qualidade e ao meio cultural, prejudicando sua ascensão social, medo da fala em público, prejuízo na autoestima e no emprego social .
Deprende-se , portanto, a adoção de medidas que venham amenizar impactos sociais do preconceito linguístico no Brasil. Dessa maneira, cabe ao Governo Federal com seus órgãos públicos como o MEC- Ministério da Educação, fazer campanhas e projetos, por meio de ações comunitárias que desenvolvam palestras em suas escolas e a abertura para a sociedade, a fim de que o conhecimento e normalidade ante a variedade linguística seja propagada. Ademais, ao meio jurídico cabe a adesão de leis para punição daqueles que sigam com a discriminação linguística, no qual as suas denúncias possam ser realizadas através de canais próprios para a ouvidoria, sem manchar ou expor a imagem do padecedor. Somente assim, será possível a variedade linguística patenteada desde os tempos colonos em terras brasileiras.