"Na série Rached", exibida pela Netflix, é retratado na trama como é a classificação de pessoas com transtornos mentais, onde lésbicas passam por um "tratamento" de reorientação sexual, gerando prejuízo mental a elas. No entanto, mesmo com a retirada da "homossexualidade" da lista de doneças em 1990 pela Organização Mundial de Saúde, não precarizou o preconceito tanto aos LGBTs, quanto o estigma de doneças mentais no Brasil. Isto ocorrer devido ao senso comum de "normalidade" e ineficiência estatal.
O que é "ser normal" ou o que define um ser são para um insano ? Como disse o filósofo Leonardo Karnal, " ser louco é a única possibilidade de ser sadio em uma sociedade doente". Nessa linha de raciocínio, aquilo que foge da cosmovisão conservadora será considerado loucura, como, por exemplo transtornos mentais, que no senso comum é rotulado indivíduos sem capacidade de ter relacionamentos saudáveis, ou seja, são insanas para compreender a realidade, bem como relações homoafetivas considerada "anormal" pela sociedade alienada e conservadora. Dessa forma, parte das pessoas inferem hipóteses sem avaliar com rigor as premissas, gerando sofrimento aos sujeitos.
Ademais, destaca-se a ineficiência do Estado perante aos tratamentos da saúde mental dos brasileiros. A obra "Holocausto Brasileiro", da escritora Daniela Arbex, retrasa as péssimas condições do maior hospital psiquiátrico do país, na cidade de Barcelona, vítimas transvestidas de doenças psiquicas que eram alcoólatras, crianças e negros. Logo, é evidente a grande importância de inclusão e investimento na saúde psicológica na contemporaneidade.
Sendo assim, é importante resolver o impasse. Desse modo, o Estado, responsável por garantir o bem estar-social da população, deve promever campanhas e parcerias com instituições da área psiquiátrica, por meio do Ministério da Saúde e Educação, a fim de concientizar a população a cerca do problema. Assim, a pátria caminhará rumo ao progresso, desenraizando esteriótipos de que modo é mostrado na série "Rached".

Os treze porquês", escrito por Jay Asher, retrata a vida de Hannah Baker, que com dezessete anos comete suicídio, deixando fitas gravadas aos responsáveis por sua morte, mostrando a negligência e estigma que sofreu de seu círculo social. Neste contexto, a narrativa evidencia o revés contínuo na sociedade brasileira, visto que, segundo a OMS, há mais de 40% de suicídios anualmente, o que exemplifica como o corpo social brasilero é falho ao tratar de pessoas com transtornos mentais. Posto isso, é notável que a educação escolar e a negligência estatal impactam diretamente no funcionamento das relações sociais perante está máxima.
Diante desse cenário, a educação escolar é o principal processo de desenvolvimento humano, auxiliando nas relações sociais. No entanto, há um "déficit" quanto informar a população acerca de doenças mentais e como lidar com elas, haja vista que o preconceito e a banalização sobre esta problemática vem do mal gerenciamento do ensino. Nesse sentido, cabe citar a autora de "Dezessete mil sentidos para Benjamin Park", que exemplifica o efeito danoso que afeta o garoto autista, quando este é tratado sob estigmas e negligência por parte de colegas e professores que não entendem sobre sua condição, fazendo com que o menino saia da escola e desenvolva outros transtornos. Isto apenas evidencia o que ocorre no Brasil, país em que - dito pela UOL- é o último a priorizar a educação.
Além disso, o país sofre com a negligência estatal em diversos aspectos, e a negligência associada às doenças mentais é outro deles, posto que falta uma mobilização a fim de dar o suporte necessário à pessoas debilitadas mentalmente. A Constituição, pois, determina que o Estado é responsável por assegurar acesso de qualidade a educação e saúde, porém, na realidade, não acontece isso, haja vista que não capacita profissionais a fim de informar, desde a escola, que doenças mentais como depressão e ansiedade existem e que é importante a sociedade saber conviver e tratar essas pessoas da forma adequada. Desse modo, o Estado também tem por obrigação melhorar as condições do tratamento psicológico e transmitir nas mídias informações sobre a saúde mental, apesar de não fazer isso.
Portanto, cabe ao Ministério da Saúde, juntamente com o Ministério da Educação, capacitar profissionais, como psicólogos e professores, com o intuito de informar e tratar as causas e consequências que o estigma contra doenças mentais acarretam na vida de um cidadão, por meio de palestras, campanhas nas mídias sociais, atividades interativas nas escolas a fim de promover o bom relacionamento social e saúde mental, também para diminuir o índice de suicídio e agrave dessas doenças. Feito isso, não terá tantos casos como os de Hannah Baker e Benjamin Park.