Em 2015, os usuários de transporte público de São Paulo saíram às ruas para manifestar a revolta pelo aumento de 20 centavos do transporte público, a população que pouco se indignava com os casos de corrupção e com o alto índice de inflação surpreendeu a classe política com os protestos. O contexto de uma mobilidade urbana brasileira caótica com poucos projetos de mobilidade como ciclovias e vias somente para ônibus acaba causando mais revolta. Nesse contexto entende-se a importância política e social da mobilidade urbana no Brasil. Assim, mostra-se importante pensar na mobilidade urbana no Brasil e em seus desafios, uma vez que o alto preço do transporte público e a falta de investimentos no Brasil configuram os maiores desafios desse cenário.

De início, é notório destacar o alto preço do transporte público em relação ao salário-mínimo brasileiro, segundo a pesquisa feita pela empresa CupoNation, quem depende dos sistemas está gastando, em média, 214 reais mensalmente apenas para ir e vir. Para quem ganha um salário-mínimo, por exemplo, esse valor representa 20 por cento da renda. O preço deveria representa inovação ou conforto, mas pelo contrário os ônibus são precários e poucos para a quantidade de pessoas que necessitam do transporte.

Ademais, a falta de investimento em ciclovias, planejamento urbano, transporte público de qualidade e segurança para os pedestres, todos esses investimentos foram tratados como secundários no Brasil, isso recai sobre a falta de leis que tratam sobre a mobilidade urbana e o minúsculo orçamento da união para investimento em infraestrutura de 6 bilhões, o menor valor em investimento em 10 anos, uma vergonha para um país continental como o Brasil. Sendo assim, torna-se necessário reconhecer que essa situação resultou em um caótico espaço urbano no Brasil.

Com a finalidade de minimizar os desafios da mobilidade urbana no Brasil, cabe aos estados e municípios subsidiar o preço dos transportes públicos para que não pese no bolso das pessoas. Outrossim, cabe ao Ministério da Infraestrutura propor um orçamento público maior para investimentos em mobilidade urbana. Ademais, cabe às secretarias de infraestrutura planejar o ambiente urbano para o bem dos pedestres e motoristas. E por fim cabe à Agência Nacional de Transportes Terrestres fiscalizar os serviços irregulares de transporte de pessoas para diminuir os acidentes rodoviários. Somente assim esse cenário caótico se tornará passado.