A obra "Cidadão de Papel", de Gilberto Dimestein, afirma que a consolidação de uma sociedade democrática exige os direitos básicos de um povo. Ao analisar a vaga inclusão de ex-detentos no sistema trabalhista brasileiro, torna-se evidente que estes direitos não são pragmaticamente assegurados na prática. Assim, pode-se afirmar que o descaso político e a influência sociocultural são os pilares da chaga.
Em primeira análise, a participação governamental é essencial para o meio. A esse respeito, o filósofo grego Aristóteles afirmou que a política tem como objetivo promover a vida digna para a população. Sob tal perspectiva é oportuno assinalar que, os desafios enfrentados por ex-detentos no mercado de trabalho, contradiz o ideal aristotélico.
Ademais, é cabível pontuar que a influência sociocultural colabora para persistência da vicissitude. Com isso, o sociólogo Émile Durkheim etenuou que a sociedade deve ser analisada de maneira crítica e distanciada do senso comum. Destarde, arrazoar criticamente a problemática é o primeiro passo para um país equânime.
De acordo com os fatos mencionados, faz-se necessário a intervenção do Estado em contraposição da exclusão social de ex-detentos. Para que ocorra a inclusão deste grupo social no mercado de trabalho é preciso ocorrer a reformulação do sistema prisional brasileiro em colaboração com o Governo, disponibilizando maior acesso dos ex-detentos à educação e encaminhando os mesmos para o sistema trabalhista. Por meio destes feitos, a população brasileira em um todo se tornaria a sociedade democrática descrita em "Cidadão de Papel".