O livro ‘’Não Verás País Nenhum’’, de Ignácio Loyola, retrata um futuro distópico, no qual a completa degradação do espaço natural prejudica a vivência plena dos indivíduos. De maneira análoga, tal aspecto é notório no que tange à realidade brasileira, pois a exploração exacerbada empregada sobre os ecossistemas hídricos e florestais e seus recursos negligencia a sua preservação, fato potencializado, sobretudo, pela incongruência entre as medidas sustentáveis e a justiça social, dado que a desigualdade também é presente nessa conjuntura. Nesse sentido, não apenas a reparação socioecômica, como também a difusão da educação ambiental são caminhos fundamentais para obstaculizar essa problemática.
Diante desse cenário, cabe pontuar como o combate ao desequilíbrio entre as condições de renda do corpo civil pode reduzir os danos à biosfera. Nessa lógica, o documentário ‘’Ilha das Flores’’ exibe a situação das pessoas inseridas em um contexto de pobreza e miséria, no qual a sobrevivência ocorre por meio do trabalho e da moradia insalubres nas áreas de deposição de resíduos sólidos, desconhecendo-se os riscos existentes nessas localidades. À vista disso, denota-se que o alheamento quanto às questões ambientais, principalmente entre a parcela populacional exposta na obra, é provocado pela ínfima importância dessas pautas frente a um cotidiano marcado pela falta de aparatos básicos – como comida e água –, porquanto a natureza assume um caráter meramente utilitário, sendo ocupada, manipulada e poluída sem a devida noção acerca das consequências críticas – por exemplo, a contaminação dos solos, das águas e do próprio ser humano – resultantes dessas ações. Posto isto, o estabelecimento de políticas de equanimidade, a partir do amparo estatal, garantiria a dignidade e o bem estar e, assim, as políticas de sustentabilidade seriam mais efetivas entre essa coletividade.
Ademais, vale ressaltar a importância da iniciativa ambientalista durante a formação estudantil como essencial para a consolidação da igualdade ambiental. Acerca disso, o conceito de ‘’Princípio da Responsabilidade’’, do sociólogo Hans Jonas, designa que a conduta de exploração deve ser refletida a longo e a curto prazo, limitando-a para fomentar a conservação do meio para as gerações atuais e as futuras. Sob esse viés, tal princípio não é amplamente praticado no panorama nacional, pois a sociedade exerce, na maioria das vezes, o uso improdutivo dos recursos, sendo a desigualdade um fator majoritário desse entrave, uma vez que o conhecimento a respeito dos fenômenos e dos mecanismos sustentáveis não são, respectivamente, difundidos e viáveis a todos os indivíduos em razão da exclusão da pobreza como um aspecto restritivo da informação necessária para alcança-lo. Logo, a instrução acerca do conjunto de desafios ambientais e das maneiras simples de auxiliar no seu impedimento, direcionada tanto aos alunos de baixa renda quanto aos seus responsáveis, viabilizaria o início de uma progressiva transformação de hábitos, a qual é indispensável para a superação dessa disparidade.
Portanto, urge a tomada de medidas para atenuar essas adversidades. Destarte, o Ministério da Cidadania – órgão incumbido de atenuar os contrastes no âmbito social – deve elaborar um conjunto de programas de equiparação financeira e civil, por intermédio do oferecimento de uma renda mínima, de moradia segura e do incentivo à ocupação de cargos apropriados para a população em estado de precariedade, a fim de cessar o alicerce da desigualdade ambiental. Além disso, o Ministério da Educação, deve, mediante campanhas e palestras dinâmicas, investir no ensino das práticas de proteção ecológica, com o intuito de evitar o cenário narrado por Loyola.

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Parabéns pela redação, @bylari!

Encontrei dois desvios: "bem estar" em vez de "bem-estar" e "alcança-lo" em vez de "alcançá-lo".

Observei também uma possível inadequação coesiva: "acerca disso" no início da segunda frase do D2. O repertório não possui uma conexão robusta com a ideia do tópico-frasal.

Quanto ao conteúdo, tenho algumas observações.

(1) Na introdução, senti falta de uma breve definição de "desigualdade ambiental": exposição diferenciada de grupos sociais a riscos ambientais. Eu não conhecia esse conceito, então tive que pesquisá-lo.
(2) No D2, o repertório não contribuiu, a meu ver, para a sustentação do núcleo argumentativo do parágrafo. Qual é a relação direta entre o princípio do sociólogo e a formação estudantil? Sem essa explicação, a referência fica deslocada.
(3) Ainda no D2, notei que este argumento não foi suficientemente desdobrado: "uma vez que o conhecimento a respeito dos fenômenos e dos mecanismos sustentáveis não são, respectivamente, difundidos e viáveis a todos os indivíduos em razão da exclusão da pobreza como um aspecto restritivo da informação necessária para alcançá-lo". O que te levou a concluir isso?

@Felipe082, Obrigadaaa pela correção Pior que eu senti que tinha lacunas argumentativas no meu texto, mas como o conceito de ''desigualdade ambiental'' foi novo para mim também, não consegui elaborar direitinho minhas ideias (mesmo fazendo o brainstorm antes de escrever). Talvez devesse ter usado um repertório mais conectado com educação no D2 né? ficaria melhor...