Embora o direito à moradia seja assegurado constitucionalmente, a degradante realidade dos miseráveis exprime outra faceta da circunstância, uma vez que alguns fatores, tais como o álcool e drogas, acrescidos ao desprezo social, implicam para que estes indivíduos não possuam acesso ao lar. Logo, ações devem ser tomadas a fim de aproximar o sonho da casa própria àqueles que não a tem.
Em primeira análise, os invisíveis, sem endereço permanente, representam uma parcela considerável da população masculina (82%). Esse fato dá-se, majoritariamente, à propensão desses cidadãos ao consumo desregrado de bebidas alcoólicas ou entorpecentes.1. A ilusão de liberdade provisoriamente estabelecida pelas substâncias guia os indigentes a uma vida deprimente, da qual é praticamente impossível fugir.
No mundo contemporâneo do século XXI, a ausência de empatia corrobora para a brutalização dos habitantes de rua. Evidencia-se esta ocorrência por meio do emprego de uma arquitetura ultrajante, notando-a na utilização de pequenas ou médias estruturas que impeçam uma possível proximidade dos indigentes a locações frequentadas, em especial, por membros da classe média-alta, concordando com a proposição feita por Jean-Jacques Rousseau, filósofo francês, em que a propriedade privada simboliza o surgimento e a propagação da desigualdade social.
Portanto, a escassez no auxílio e repulsão por parte da sociedade mostram-se como um árduo caminho a ser percorrido e concluído. Dessa maneira, caberia ao Estado - responsável pela efetivação da igualdade - expandir os subsídios no intuito de promover a construção de fundações de acolhimento, cuja função seria prover integralmente as exigências intrínsecas ao homem, isto é, saúde, alimentação e moradia. Ademais, a divulgação de postagens relatando a precariedade da vida destes sujeitos aproximaria-os de quem pratica aversão - pela doação de alimentos ou de itens de higiene pessoal. Dessarte, uma maior união entre os distintos integrantes do corpo social migraria do campo utópico para o palpável.