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Por Fortes
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#87946
“O Homem de Giz”, de C.J. Tudor, é um livro que aborda, entre tantas problemáticas, a convivência dificultosa, além de pouco atenciosa, de Eddie - o protagonista - com o seu pai, que sofre de Alzheimer, uma infindável enfermidade danosa à memória. Não é difícil, ao relacionar esse enredo à realidade, perceber que o relacionamento doméstico entre familiares e enfermos crônicos é, de fato, alvo de inúmeras dificuldades devido à falta de informações, o que é observado no tratamento precário e, sobretudo, na negligência da necessidade de assistência e compreensão, por parte do parente, ao doente. Por mais, então, que essas doenças incuráveis sejam consideradas tabus nas famílias, não se pode deixar de discutir sobre os pilares que sustentam a manutenção desse despreparo problemático: a negligente socialização primária e a seletiva audição midiática.

Émile Durkheim, assumindo o papel de antropólogo, enxergou a primeira socialização do indivíduo, ou seja, o contato familiar, como a mais importante da vida. Nessa perspectiva, quando preenchida por negligência, essa convivência, geralmente despreparada para lidar com atipicidades, a exemplo de quadros crônicos, agrava, no doente, o cruel sentimento de culpa por sofrer da enfermidade situacional e, por isso, gerar preocupações e trabalho a quem sente os primeiros afetos. Devido a isso, as próximas socializações que acompanham essas vítimas, muitas vezes, tornam-se traumáticas, uma vez que esses enfermos desenvolvem inseguranças e medos dentro de casa, cenário que tende a corroborar antissocialidade e, consequentemente, preconceitos e incompreensões nos ambientes escolares, trabalhistas e sociáveis como um todo, já que problemas individuais nem sempre são entendidos como deveriam pelos outros - o que requer embargo ágil. Assim, enquanto o despreparo da socialização primária para lidar corretamente com esses indivíduos vigorar, o contratempo não será atenuado.

Analisando essa base do problema, subsequentemente, surge a urgência de entender um dos motivos da sua persistência: “Quanto mais a gente grita, mais a mídia tapa os ouvidos”. Essa é uma fala de Genize Ribeiro, jornalista brasileira, que, em poucas palavras, resume a inércia da mídia de massa no que diz respeito à divulgação de informações relacionadas a grupos minoritários, como os doentes crônicos, haja vista que essa pauta não é lucrativa, pois não gera polêmicas, patrocínios e, logo, lucro. O debate escasso sobre particularidades e necessidades das doenças em discussão, desse modo, estimula a ignorância da população e colabora para a sustentação de estereótipos, de estigmas e da falta de empatia, principalmente dentro de casa, em relação a pessoas que, além de sofrerem com agonias incuráveis, têm o seu espaço social desrespeitado justamente pela insuficiente representatividade nos conteúdos consumidos pela (e influenciáveis à) massa popular. Dito isso, com a contribuição midiática para mitigar o despreparo em questão, a frase de Genize e a mazela discutida serão revertidas.

Dessa arte, nota-se a vital necessidade de desestruturar os pilares de apoio do problema. Visando efetivar essa urgência, empresários responsáveis pelas principais mídias de massa do mundo, como Mark Zuckerberg - CEO do Facebook, Instagram e WhatsApp - e Roberto Marinho - fundador da Rede Globo -, devem, reunidos pela causa, pôr em prática a criação e a divulgação de campanhas informativas sobre doenças crônicas e suas demandas sociais, principalmente no ambiente doméstico. Essa iniciativa seria efetivada mediante a disponibilização de verbas dos próprios setores econômicos das empresas, com auxílio financeiro, também, dos Ministérios da Economia de cada país em que serão exibidas, a fim de suscitar um cenário familiar - e social - menos hostil e negligente, bem como de reduzir as dificuldades de convívio com doentes crônicos abordadas por Tudor.

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Competência 1

Demonstrar domínio da norma da língua escrita.

Sua nota nessa competência foi: 182

Você atingiu aproximadamente 100% da pontuação prevista para a Competência 1, atendendo aos critérios definidos a seguir. O participante demonstra excelente domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa e de escolha de registro. Desvios gramaticais ou de convenções da escrita, neste nível, são aceitos somente como excepcionalidade e quando não caracterizam reincidência.

Competência 2

Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo.

Sua nota nessa competência foi: 187

Você atingiu aproximadamente 100% da pontuação prevista para a Competência 2, atendendo aos critérios definidos a seguir. O participante desenvolve o tema por meio de argumentação consistente, a partir de um repertório sociocultural produtivo e apresenta excelente domínio do texto dissertativo-argumentativo, ou seja, em seu texto, o tema é desenvolvido de modo consistente e autoral, por meio do acesso a outras áreas do conhecimento, com progressão fluente e articulada ao projeto do texto.

Competência 3

Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.

Sua nota nessa competência foi: 178

Você atingiu aproximadamente 90% da pontuação prevista para a Competência 3, atendendo parcialmente aos critérios definidos a seguir. Em defesa de um ponto de vista, o texto apresenta informações, fatos e opiniões relacionados ao tema proposto, de forma consistente e organizada, configurando autoria, ou seja, os argumentos selecionados estão organizados e relacionados de forma consistente com o ponto de vista defendido e com o tema proposto, configurando-se independência de pensamento e autoria.

Competência 4

Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação.

Sua nota nessa competência foi: 173

Você atingiu aproximadamente 90% da pontuação prevista para a Competência 4, atendendo parcialmente aos critérios definidos a seguir. O participante articula bem as ideias, os argumentos, as partes do texto e apresenta repertório diversificado de recursos coesivos, sem inadequações.

Competência 5

Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.

Sua nota nessa competência foi: 178

Você atingiu aproximadamente 90% da pontuação prevista para a Competência 5, atendendo parcialmente aos critérios definidos a seguir. O participante elabora excelente proposta de intervenção, detalhada, relacionada ao tema e articulada à discussão desenvolvida no texto. Trata-se de redação cuja proposta de intervenção seja muito bem elaborada, relacionada ao tema, decorrente da discussão desenvolvida no texto, abrangente e bem detalhada.

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Por Felipe082
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#87948
Parabéns pela redação, @Fortes!!!

Só fiquei com duas dúvidas:
1) É correto colocar travessões dentro de travessões, como você fez na penúltima frase do D2?
2) O verbo "visar", utilizado na conclusão, não exige a preposição "a" quando possui esse sentido?
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Por Fortes
Tempo de Registro Quantidade de postagens Amigos Colecionador Doações
#87949
Felipe082 escreveu:Parabéns pela redação, @Fortes!!!

Só fiquei com duas dúvidas:
1) É correto colocar travessões dentro de travessões, como você fez na penúltima frase do D2?
2) O verbo "visar", utilizado na conclusão, não exige a preposição "a" quando possui esse sentido?
1) Não, não é. Eu nem percebi que utilizei kkkkkkk. Nesse caso, pode-se utilizar os parênteses como substitutos. Boa observação! :D
2) O "visando", quando acompanhado de verbo, não exige a preposição. Visando resolver (correto) Visando à resolução (correto)

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