Segundo a constituição federal de 1988, documento mais importante do país, em seu artigo 6º, é assegurado a todo e qualquer cidadão brasileiro o direito à educação. Todavia, na prática, as desigualdades sociais não permitem que esse direito seja garantido para todos, devido a escassez de investimentos governamentais na educação, pessoas de classe média baixa não possuem a mesma formação acadêmica que indivíduos com alto poder aquisitivo possuem, por exemplo. Além disso, muitos jovens de baixa renda deixam de estudar em virtude da necessidade de trabalhar para contribuir com a renda mensal da família.
Precipuamente, a negligencia estatal, no que tange à educação pública, favorece às desigualdades educacionais. Segundo Nicolau Maquiavel, filósofo Italiano do século XVI, no livro ‘’O Príncipe’’, para se manter no poder o Governo dispõe-se a operar e promover o bem universal, porém, não possibilitar aos brasileiros o acesso a uma educação pública de qualidade, inviabiliza o alcance do bem universal, haja vista que a educação é peça fundamental na formação da cidadania. Ademais, a ausência de investimentos estatais nesse contexto contribui com a marginalização e o aumento do analfabetismo, proporcionando o crescimento da criminalidade e a desinformação. Fica evidente, pois, que a negligência do Governo no âmbito educacional fere toda a população.
Outrossim, vale ressaltar que há, no Brasil, uma grande evasão escolar por parte de jovens, causada, principalmente, pela necessidade de trabalhar. Na música ‘’Da Ponte Pra Cá’’, o cantor, brasileiro, de ‘’Rap’’ Mano Brown, da banda ‘’Racionais MC's’’, destaca as diferenças entre indivíduos da elite e indivíduos da periferia, onde o acesso a direitos básicos como, por exemplo, educação e saneamento básico são inexistentes. Dessa forma, famílias de baixa renda, que vivem em condições análogas às supracitadas, sem o apoio do governo não veem a educação como força modificadora de suas realidade. Dessa forma, a educação fica em segundo plano e o trabalho passa a ser exigido em primeiro lugar.
Logo, em síntese, subterfúgios devem ser encontrados para a problemática. Dessa forma, cabe ao governo, por meio do Poder Executivo, promover programas de acolhimento estudantil a estudantes, de escolas públicas do ensino fundamental, por meio de aulas teóricas e práticas, com o objetivo de promover uma base acadêmica sólida para que o indivíduo possa ingressar no ensino médio. Também, cabe ao poder executivo, investir em auxílios financeiros a famílias de baixa renda, com o fito de proporcionar condições de vida melhores aos cidadãos e garantir o direito de terem uma formação acadêmica completa. Quiçá, assim, o bem estar universal, como aponta Maquiavel, será alcançado e as desigualdades educacionais serão erradicadas.