O quadro expressionista "O grito", do pintor norueguês Edvard Munch, retrata a inquietude, o medo e a desesperança refletidos no semeblante de um personagem envolto por uma atmosfera de profunda desolação. Para além da obra, observar-se que, na conjuntura brasileira contemporânea, o sentimento de milhares de indivíduos assolados pelo trabalho infantil é, amuidadamente, semelhante ao ilustrado pelo artista. Nesse viés, torna-se crucial analisar as causas desse revés, dentro as quais se destacam a negligência governamental e o capitalismo.
A princípio, é imperioso notar que a indiligência do Estado potencializando o trabalho infantil. Esse contexto de inoperância das esferas de poder exemplifica a teoria das Instituições Zumbis, do sociólogo Zygmund Bauman, que as descreve como presentes na sociedade, todavia, sem cumprirem sua função social com eficácia. Sob essa óptica, devido à baixa atuação das autoridades, vem agravando essa situação. Nessa perspectiva, para a completa refutação da teoria do estudioso polonês e mudança dessa realidade, faz-se imprescindível uma intervenção estatal.
Outrossim, é igualmente preciso apontar o capitalismo como outro fator que contribuiu para a manutenção do trabalho infantil. Posto isso, de acordo com IBGE apenas 58,8% da população juvenil brasileira não foi exposta ao trabalho infantil. Diante de tal exposto, percebemos o quanto temos direitos negados pelo nosso sistema econômico, beneficiando apenas a elite. Logo, é inadmissível que esse cenário continue a perdurar.
Portanto, são necessárias medidas capazes de mitigar o trabalho infantil. Dessare, a fim de minimizar, é preciso que o governo por intermédio das escolas e meios de comunicação realize palestras, com o intuito de expor como o impasse pode prejudicar o aprendizado e, agravando o índice de analfabetos. Espera-se, assim que os sofrimentos emocionais retratados por Munch delimitem-se apenas ao plano artístico.