A pandemia ocasionada pelo vírus Sars-Cov-19, conhecido como covid-19, levou à implementação de diversas medidas contrárias à propagação do patógeno. Dentre elas, o teletrabalho, também dito trabalho remoto, foi muito utilizado pelas empresas com o objetivo de resguardar seus funcionários contra a doença até o surgimento das vacinas. Contudo, a popularização desta medida não levou o surgimento substancial de novas ofertadas de trabalho nesse molde, pois o domínio de alguns setores econômicos específicos corrobora para que a presença do profissional no ambiente de trabalho ainda se faz necessária em sua contemporaneidade. Ademais, destaca-se que este modelo trabalho requer, em geral, maior qualificação profissional, algo ainda carente no país.

Primeiramente, ressalta-se os setores que mais empregam no Brasil estão relacionados à agricultura, construção civil e serviços de baixa instrução: vendas no varejo, atendimento, entregadores, limpeza; funções que usufruem praticamente da força do trabalhador. Esse atual cenário ocorre pelos seguintes motivos: incentivos fiscais do governo brasileiro, principalmente na agricultura; o baixo desenvolvimento tecnológico encontrado no país, não permitindo o surgimento de trabalhos de maior complexidade, e a desindustrialização continua sendo substituída pelos serviços. Portanto, como os principais setores econômicos do Brasil requerem a atuação presencial do trabalhador, as vagas cabíveis ao teletrabalho, como programação e gestão, acabam sendo cada vez mais restritas.

Em segunda análise, a qualificação profissional vital para a adoção do trabalho remoto, como, por exemplo, o conhecimento prévio em informática, exclui milhões de brasileiros para esse tipo de atuação. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 7% da população ativa possui alguma formação técnica e 5% ensino superior, demonstrando que o Brasil ainda é um país de baixo capital humano especializado. Logo, a imensa parcela da população, infelizmente, não apresenta os requisitos mínimos para exercer essa forma de trabalho.

Sendo assim, em virtude dos fatos mencionados, nota-se que o domínio de setores econômicos específicos e a baixa instrução profissional de grande parte da população brasileira, favorecem com que o teletrabalho se torna restrito a uma pequena parcela da sociedade, não contribuindo para o crescimento substancial de vagas no modelo remoto.

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Foi mal, RonaldJr! Irei olhar, estou em semana de estudos intensos aqui. Fique tranquilo que irei corrigir!