O romance filosófico "Utopia", retrata uma sociedade idealizada, onde a engrenagem social é segura e livre de conflitos sociais. Tal obra fictícia, se mostra distante da realidade contemporânea brasileira, na qual muitas pessoas não possuem o essencial, que é o acesso à cidadania. Ademais, esse lamentável panorama é causa da inexistência de registros de nascimento, vinda da população pobre do Brasil que, por sua vez, é oriunda da exclusão social e falta de visibilidade ao problema.
Em primeiro lugar, é importante destacar que, de acordo com dados do índice de Gini, o Brasil está entre as dez nações mais desiguais do mundo, sendo notório que a exclusão social se faz presente em nossa sociedade, já que a mesma é uma consequência da desigualdade social. Portanto, tal problemática acarreta a invisibilidade de indivíduos que, excluídos e sem conhecimentos, não reconhem a importância da documentação civil - necessária para matrículas em escolas e acesso a benefícios sociais, por exemplo.
Além disso, é primordial mencionar que a baixa visibilidade no tocante à parte da população sem acesso à cidadania corrobora para o descumprimento do papel do Estado que, sob a perspectiva do pensador John Locke, é de garantir os direitos fundamentais a todos. Desse modo, visto que, sem registro civil indivíduos perdem seus direitos, a ausência de resolução para esse empecilho, além de acarretar a persistência do mesmo, contribuí para outros problemas, como a taxa de analfabetismo do Brasil.
Infere-se, portanto, a necessidade da tomada de medidas em prol da garantia de acesso à cidadania brasileira. Dessa forma, cabe a mídia, através de documentários e reportagens divulgados em todas os meios digitais, propagar a realidade vivida por quem não tem acesso a diretos de um cidadão, como forma de pressionar o Estado a cumprir seu papel. Assim, espera-se uma sociedade com maiores semelhanças a de "Utopia".

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