Dados do IBGE apontam que em 2018 a estimativa do número de pessoas sem registro e documento no Nordeste era de 902 mil. Nesse contexto, percebe-se que no Brasil contemporâneo ainda há a perpetuação do problema. Dessa forma, vem razão da falta de debate e de um descaso governamental emerge um problema complexo que precisa ser resolvido.
Em primeiro plano, é preciso salientar que uma das causas latentes do problema é o silenciamento. Segundo o Filósofo Foucault, na sociedade pós-moderna muitos temas são silenciados para que estruturas de poder sejam mantidas. Diante disso, evidencia-se que as estruturas de poder silenciam o caso para que possam continuar desfrutando os seus "privilégios" de impunidade.
Em segundo plano, outra razão para a configuração do impasse é o descaso do governo. Segundo o Cantor de Rap Mc Sid, "nós somos culpados pelo bem que deixamos de fazer". Sob essa ótica há um problema social, pois o governo não cumpre sua obrigação mesmo obtendo conhecimento sobre os dados alarmantes referentes a pessoas sem registro de nascimento e ainda assim não é proposto uma resolução, pelo contrário, isso é utilizado pelos mesmos para que assim se torne mais fácil controlar as pessoas mais pobres nesse sistema capitalista e extremamente explorador, de forma que esses indivíduos não tenham conhecimento sobre seus direitos e se submetam a trabalhos e vidas deploráveis.
Portanto, uma intervenção se faz necessária. Para isso é preciso que o Ministério da Educação promova campanhas e debates nas escolas sobre a invisibilidade e registro civil. Tais eventos podem ocorrer no período extraclasse com a ajuda de professores e profissionais no tema. Esses eventos devem ser abertos a comunidade a fim de que mais pessoas possam entender o tema e perceber que todos tem direito de acesso à cidadania.