A LUTA DAS MULHERES PELA IGUALDADE DE GÊNERO
Apesar da desigualdade de gênero ser um problema atual, desde a
antiguidade a mulher já era tratada como um ser inferior ao homem, tendo que se
submeter às suas vontades. Segundo Aristóteles, a submissão da mulher ao
homem é um fator natural do ser humano. Pensamentos antigos e machistas como
o do filósofo grego diminuíram ao longo dos anos, mas ainda são um problema
grave que precisa ser estudado, refletido e debatido.
Segundo o artigo 5° estabelecido pela Constituição Federal do Brasil, em seu
inciso I, “homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações...”. Isso garante a
igualdade jurídica, mas a desigualdade no âmbito social ainda é um problema muito
enfrentado pelas mulheres.
Os direitos começaram a ser conquistados pelas mulheres apenas durante a
I e II Guerra Mundial, quando os homens iam para as batalhas e as mulheres
ficavam responsáveis pelos negócios da família, antes disso as mulheres não
estavam inseridas no mercado de trabalho e possuíam somente funções
domésticas.
Dois grandes exemplos de conquistas das mulheres são o voto feminino, que
no Brasil só foi assegurado pelo Código Eleitoral no dia 24 de fevereiro de 1932 e
previsto na Constituição Federal em 1934 e a Lei Maria da Penha, que trata
especificamente da violência doméstica e foi sancionada no dia 7 de agosto de
2006.
Em uma pesquisa realizada pela economista Laísa Rachter, pesquisadora do
Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas, 42% das pessoas
trabalhando no Brasil são mulheres e 58% são homens, o que caracteriza uma
grande evolução comparada ao ano de 1970, onde só 20% eram mulheres. Porém,
a desigualdade salarial continua sendo um problema, as mulheres ganham em
média 19% menos do que os homens, e em algumas profissões, essa diferença
pode chegar a até cerca de 33%. Além disso, pesquisas apontam que mulheres
dedicam o dobro de horas semanais à afazeres domésticos do que os homens, o
que dificulta a inserção delas no mercado de trabalho e traz limitações para aquelas
que já estão inseridas.
Mundialmente, o Fórum Econômico Mundial previu em 2019 que serão
necessários pelo menos dois séculos para alcançar a igualdade de gênero no
mundo de trabalho, e cerca de 202 anos para alcançar a igualdade de gênero em
outras áreas como educação, saúde, oportunidade econômica e capacitação
política.
Tendo em vista todas essas disparidades existentes entre homens e
mulheres, é nítida a importância e a necessidade da criação de novas políticas
públicas que protejam e ajudem as mulheres. Além disso, também é de extrema
importância que a sociedade reflita e fale sobre o assunto, para conscientizar a
todos de que é preciso lutar pela igualdade de todos e combater cada vez mais o
machismo.