A série "You" disponibilizada pela Netflix, retrata de maneira bem clara como é possível descobrir grande parte do passado e detalhes pessoas de uma pessoa, apenas com uma breve análise de suas fotos e publicações em redes sociais. Para além da ficção, não é difícil se deparar com casos de vítimas que são perseguidas por pessoas que buscam de alguma forma manter um contato, seja através da internet (ciberstalking) ou na vida real, cuja na maior parte deles, ex-namorados e divorciados. Por esse viés. a criminalização do stalking no país é de extrema relevância a nossa sociedade.
Em primeira análise, é de suma importância informar que uma lei visada para esse problema foi sancionada recentemente. A norma altera o Código Penal (Decreto-Lei 3.914, de 1941) e prevê pena de reclusão de seis meses a dois anos e multa para esse tipo de conduta. Isso faz-se essencial, pois possibilita o aumento da segurança das pessoas que são vítimas desse ato, visto que quando se tem um regulamento, os indivíduos entendem que a privacidade está sendo mais respeitada, que de uma forma geral, é considerado algo imensamente benéfico.
Por outro lado, vários desafios ainda existem para a efetivação dessa lei na sociedade. O autor da obra "Cidadão de papel" Gilberto Dimenstein, critica o fato de o Brasil, muitas vezes, transparecer ótimas regulamentações na teoria, mas quando verifica-se na prática, acaba não funcionando da maneira devida. Isso pode ser observado no tema mencionado, visando que o estatuto é pouco conhecido no país, por faltar canais de denúncia para tal infração, o que ocasiona a ocultação do crime, de modo geral.
Dessarte, é notório que o stalking no Brasil, apresenta barreiras preocupantes. Assim sendo, urge que o Estado, junto ao Ministério da Justiça invista por meio de verbas governamentais, na criação de dispositivos de denúncia ligados a mais delegacias especializadas e gere campanhas que divulguem o problema, fazendo com que a população saiba da sua existência e busque medidas de driblar a temática do texto.