A Declaração Universal dos Direitos Humanos, criada em 1948, estabelece os princípios básicos de todo ser humano tais como direito à vida, liberdade e segurança pessoal. Tais princípios, porém, não são plenamente assegurados à grande parte da população brasileira pelas desigualdades sociais e desvirtuamento da noção de direitos humanos.
Em princípio, destaca-se a permanência das desigualdades e preconceitos como empecilhos à efetivação dos direitos humanos no país. O fato do Brasil não se preocupar devidamente como a resolução ou amenização de problemas históricos como a concentração fundiária e marginalização de determinados grupos sociais perpetua situações como o racismo, intolerância religiosa e luta por terras, por exemplo. Tais problemas são incompatíveis com uma sociedade justa e que resguarda os direitos essenciais de seus cidadãos.
Ademais, a concepção equivocada dos direitos humanos pelo senso comum também atua na estigmatização da questão. A filósofa Hannah Arendt conceitua os direitos humanos como o direito a ter direitos, válidos para todos os seres humanos pelo simples fato de existirem, independentemente de cultura ou índole moral. Contudo, na contemporaneidade, a população passou a associá-los à proteção de "bandidos", quando, na verdade, buscam apenas oferecer condições mínimas de dignidade para que a justiça seja aplicada, evitando abuso de autoridade e torturas.
É necessário, portanto, que o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos promova a criação de campanhas na televisão e internet que busquem ensinar didaticamente a população o papel dos direitos humanos, bem como o reconhecimento e denúncia de suas violações pelo Disque 100. Assim, espera-se a gradual formação de uma sociedade mais justa e igualitária em que os princípios estabelecidos em 1948 tornem-se realidade no país.