No seriado japonês "One Piece", os jovens irmãos "Luffy, Ace e Sabo", abandonados, desprovidos de educação e criados por uma gangue de "bandidos da montanha", vivem uma vida sem regras, fazendo o que bem entendem pela cidade, roubando comida e cometendo dentre outros atos infracionais. Fora da ficção, um cenário parecido ocorre ao trazer à tona a realidade vivida por milhares de jovens no Brasil ,que, muitas vezes, por falta de acesso à educação, exposição à violência, vulnerabilidade econômica, entre outros aspectos, acabam por se envolver em atos conflitantes com a lei. Esse fato, manifesta a necessidade da reintegração desses indivíduos tão jovens na sociedade, porém ainda problematizada por diversas condições.
No Brasil hodierno, a criminalização de jovens tem se tornado mais e mais banalizada, principalmente nas camadas sociais mais baixas contidas em periferias por exemplo. Boa parte disso se deve ao envolvimento enraizado dos familiares desses indivíduos com o mundo do crime. Dessa forma, desde cedo muitos adolescentes são acometidos por uma demasiada exposição à violência e ao crime quase sempre associados à vulnerabilidade econômica dos mesmos, desenvolvendo, assim, pessoas quase "programadas" a viver no âmbito da criminalidade, dificultando a reintegração psicológica deles na sociedade.
Além disso, outro fator, se não o principal a ser levado em consideração, trata-se da educação.Como cita o filósofo Immanuel Kant, "O homem é o que a educação faz dele.", tal afirmação manifesta a importância educacional na formação de qualquer indivíduo. Entretanto, muitos jovens, por conta de falta de oportunidade para desenvolver a escolaridade ou por uma educação com fundamentos ruins, acabam sem uma real perspectiva de vida, o que ocasiona, além de um ciclo de criminalidade, uma exclusão social que gera estigmas, dificultando a reintegração desses jovens.
Portanto, fica clara, então, a necessidade de uma intervenção social para prover os défices no que diz respeito à reintegração social de jovens envolvidos em infrações. É fundamental que o Ministério da Educação promova, através de verbas destinadas ao âmbito criminal, a criação de novos centros educacionais especializados à jovens infratores, que tenham apoio psicológico e atuem como direcionadores para uma nova construção de vida a esses jovens, para dessa forma permitir mais fácil e rapidamente a reintegração desses adolescentes que ainda tem um grande futuro pela frente na sociedade.