O documentário "Um Oceano de Plástico", de 2016, aborda a problemática do descarte irregular de lixo e seu grande impacto nos ecossistemas marinhos. Nesse sentido, o Brasil, com parte da população habituada a desconsiderar tal questão, não só polui os mares, como também sofre diretamente os efeitos desse impasse em suas elevadas extensões litorâneas e territoriais. Vários fatores contribuem para a demonstração de como o descarte irregular do lixo é um problema no país, principalmente os grandes impactos ambientais e para com a saúde dos brasileiros, os quais precisam ser discutidos.
Em primeira análise, o descarte de lixo em locais inadequados para esse fim degrada o meio ambiente, por meio da poluição da água, solo e ar. O rio Tietê, por exemplo, que percorre os estados de São Paulo e Paraná, é considerado um rio morto, isto é, inviável à presença de seres vivos, devido a elevada eutrofização decorrente dos resíduos nele depositados por ação antrópica. Por conta disso, ocorre um desequilíbrio na fauna e flora da região, causada pela morte de inúmeros seres de várias espécies presentes nesse ecossistema. Assim, é clara a necessidade de soluções para o problema, de modo que tal poluição não atinja de forma tão grave a biodiversidade brasileira.
Como se não bastasse, o descarte irregular de lixo também afeta a saúde da população, pois ocasiona exposição à animais peçonhentos e parasitoses. A "Revolta da Vacina", episódio ocorrido na República Velha, na então capital Rio de Janeiro, foi consequência de uma imunização forçada que teve como um dos fatores iniciais a alta incidência de doenças provocadas, dentre outros fatores, por exposição ao lixo nas vias públicas. Nesse contexto, as pessoas se revoltaram porque não possuiam informações acerca dos riscos desse descarte irregular, fato este que, infelizmente, ocorre ainda na atualidade com populações vulneráveis e causa óbitos todos os anos. Desse modo, é visível que a problemática do lixo é um grande impasse na qualidade de vida dos brasileiros.
Portanto, os impactos à saude e ao meio ambiente ocasionados pelo descarte irregular de resíduos deixam claro que são necessárias rápidas e eficientes soluções para a questão. Para tanto, o Ministério do Meio Ambiente, por intermédio da organização de comitês de trabalhadores para a atividade, deve fomentar a fiscalização e limpeza periódica dos locais afetados pelo despojo irresponsável de lixo. Pessoas de todo o país serão capacitadas e receberão remuneração para vistoriar tais pontos semanalmente, a fim de impedir a poluição desses lugares e mapear a necessidade de maiores intervenções. Além disso, o Ministério da Saúde, por meio de campanhas nas unidades básicas de atenção primária em todo o país, deve promover a profilaxia, identificação e tratamento precoce das doenças relacionadas ao problema do lixo, para que elas deixem de afetar a saúde da população. Desse modo, o Brasil contribuirá de forma expressiva com a solução do "Oceano de Plástico".