Na obra literária "Vidas Secas" do escritor Graciliano Ramos, é retratada a vida de uma família que é constantemente obrigada a se deslocar por conta da seca do Nordeste; fora da ficção, a escassez hídrica tornou-se um problema atemporal e acomete a sociedade contemporânea á medida que sua busca pelo consumo aumenta. Assim, é imprescindível que haja limites na exploração dos recursos naturais, do mesmo modo a má distribuição de água.

Em primeiro plano, a exploração dos recursos de forma desenfreada no agronegócio e na indústria; cerca de 70% da água doce é utilizada para o solo, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura. Além do mais, a falta de controle e a quantidade exagerada de água utilizada tanto nas irrigações quanto nas lavouras vem sendo prejudicial. Na indústria têxtil, a fabricação de apenas uma calça jeans consome cerca de 11 mil litros.

Em segundo plano, a má distribuição afeta não só o Brasil, mas também o mundo. Segundo a ONU mais de 1 bilhão de pessoas vivem sem água potável; em alguns países da África, a falta de água foi um dos principais fatores que instigaram conflitos políticos e na Palestina, algumas populações estão sendo privadas de terem acesso às fontes locais. Se nada for feito sobre isso, em menos de 50 anos as consequências serão catastróficas.

Dessa forma, é necessário que os serviços mediáticos propagem informações verídicas sobre a má utilização de água e juntamente com o Poder Legislativo e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) promovam leis para punir através de multas os agricultores e os cidadãos que desperdiçarem-na. Igualmente, as escolas junto com ONG's devem propor palestras sobre como lidar com o assunto porquê só assim a realidade da família no livro "Vidas Secas" poderá ser evitada.