O enredo do filme "Matilda" apresenta uma menina assídua e cheia de imaginação, que apesar de viver em um ciclo familiar complicado, encontra na biblioteca um meio de fugir da realidade através dos livros. Entretanto, é notável que tal cenário não se cumpre no panorama brasileiro, visto que cada vez mais as crianças sofrem com o afastamento dos pais em relação à prática, gerando consequentemente a inibição da criatividade e do desenvolvimento. Logo, é perceptível que a escassez do estímulo da leitura e a falta da influência familiar são alguns dos principais fatores sociais para problemática.

Primeiramente, o lapso de atenção por parte da gestão governamental em relação à literacia é desprovida pois, a falta de investimento em bibliotecas públicas é limitante para a amplificação da leitura, visto que a própria acessibilidade aos livros está comprometida. Sob esse viés, o filósofo Umberto Eco afirma que nenhuma tecnologia conseguirá suprimir a necessidade de leitura tradicional, com isso, é notório os vários fatores que influenciam na vulnerável cultura de ler entre os brasileiros, dentre eles podemos destacar os aparelhos eletrônicos que possuem diversos distrativos "mais interessantes" do que o aprendizado.

Outrossim, o sociólogo Émile Durkheim dizia que a família é uma instituição social e está diretamente ligada a formação do indivíduo. Por analogia a essa afirmação, percebe-se que o acompanhamento familiar é de extrema importância, ou seja, o fato dos pais estarem em constante "sintonia" com os filhos estimulando-os a ler e brincar com palavras, ampliam os interesses pelos estudos e os ajudam a terem mais facilidade em certas áreas do conhecimento. No entanto, é uma realidade que foge do comum na sociedade brasileira, posto que, o corpo social demonstra desinteresse as práticas literárias. Para amenizar os empecilhos, o Ministério da Educação (MEC) elaborou a campanha "Conte pra mim", que promove e estimula a literacia familiar, assim dando orientações para os pais e o meio de aprendizado torna-se mais abrangente.

Em vista dos argumentos anteriores, faz-se imprescindível projetos voltados para educação a fim de promover a literacia familiar. Logo, é necessário que o Governo Federal, em conjunto com o Ministério da Educação realize métodos mais eficazes, como disponibilizar o "Conte pra mim" na televisão aberta para que mais pessoas tenham acesso, e a intervenção de ONG's organizando oficinas literárias para as famílias. Deste modo, crianças como Matilda se tornariam cada vez mais comuns dentro da comunidade brasileira.

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