O livro “Holocausto brasileiro”, da jornalista Daniela Arbex, retrata o depoimento de ex-funcionários do hospital psiquiátrico de Barbacena, em Minas Gerais, que utilizava tratamentos desumanos e condicionava seus pacientes a condições precárias. Dessa maneira, nota-se como a discriminação na sociedade brasileira gerou marcas históricas que contribuem com os estigmas associados às doenças mentais. Vale salientar, que tal problemática ainda se perpetua devido não só a desinformação, mas também a falta de políticas públicas.
Em primeira análise, vale ressaltar, que a desinformação acerca das doenças mentais tem origens muito antigas. Desde a idade média, os portadores de tais patologias foram demonizados, principalmente pela igreja, que perseguia aqueles que apresentavam comportamentos incomuns, por desconhecer a sua origem. Hodiernamente, esse tabu é perceptível pela falta de conscientização e o preconceito, que causa a segregação de milhares de brasileiros. Portanto, a democratização do acesso á informações se torna um caminho para reverter esse quadro histórico.
Ademais, os agentes governamentais possuem responsabilidade sobre a situação dos portadores de doenças mentais, visto que a falta de políticas públicas que visem sua segurança. Paralelamente, na série “Atypical”, Sam Gardner é um adolescente autista que acaba sendo agredido por um policial, devido apresentar comportamentos irracionais em uma crise de ansiedade. Voltando a realidade, é perceptível como o despreparo governamental pode ocasionar até mesmo a morte dos cidadãos, se não, a piora de seus quadros clínicos. Tornando-se imperiosa intervenção de políticas para combater os estigmas associados às doenças mentais.
Destarte tais exposições, os problemas com a desinformação, além da falta de políticas públicas, que corroboram com as marcas históricas necessitam da intervenção do ministério da saúde para conscientizar a população acerca dos mecanismos de comunicação com portadores de doenças mentais, como a percepção de sinais, compreensão de incômodos e abordagem calma, de modo a garantir a segurança e a inclusão social. Assim, cenários como os descritos pela escritora Daniela Arbex não se repetirão no Brasil.