A Constituição Federal de 1988, documento jurídico que engloba todas as leis que regem o Brasil, pressupõe em seu artigo 5, promover o direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. No entanto, apesar da garantia constitucional, nota-se que os efeitos negativos associados ao aborto ainda persistem no atual cenário brasileiro. Portanto, é inadiável que medidas sejam tomadas para amenizar a problemática, que é motivada pela falta de atenção dada pelo Estado e a criminalização do problema.
Primeiramente, conforme o termo "Atitude Blasé", desenvolvido pelo sociólogo alemão George Simmel, a possibilidade de o ser humano demonstrar indiferença em relação ao estado de vulnerabilidade. Por analogia, milhares de pessoas vivem tendo sua saúde física e mental infringida constantemente. Isso acontece, pois, muitas preferem carregar o "peso" de uma gravidez indevida e omitir a situação para sua e até mesmo seu companheiro.
Além disso, segundo o escritor americano Joseph Kutch "A tecnologia tornou possível a existência de grandes populações, as grandes populações tornam a tecnologia indispensável". Nesse sentido, as redes sociais, como o "Instagram", criaram uma forma de alcançar padrões de vida "perfeitas", tendo em vista que essa vida não seja possível para todos.
Portanto, fica evidente a necessidade de reverter a criminalização do aborto na sociedade brasileira. Para isso, urge que o Ministério de saúde, em parceria com o órgão IBGE, promova campanhas gratuitas de conscientização sobre o assunto nos meios de comunicação social, e o Congresso Nacional paute com mais frequência esse problema até que tenha uma solução. Com isso, centros de ajuda poderão ser criados para ajudar e conscientizar as mulheres nessa situação. Somente assim, a Carta Magna será devidamente obedecida.