"No meio do caminho tinha uma pedra,tinha uma pedra no meio do caminho" . Este trecho do renomado escritor modernista Carlos Drummond de Andrade - No meio do caminho- retrata de modo figurado, as barreiras da sociedade em sua jornada. Analogamente,os homossexuais enfrentam preconceito na doação de sangue.Nesse viés, é evidente que a problemática se desenvolve ora pelo silenciamento midiático,ora pelo descaso governamental.
Em primeira análise,pode-se apontar como empecilho á consolidação da resolução,a omissão da mídia.Conforme o filósofo Pierre Bourdieu,o que foi criado para ser instrumento de democracia não deve ser convertido em mecanismo de opressão.Nessa perspectiva,pode-se observar que a mídia,em vez de promover debates que elevem o nível de informação da população, influência na consolidação da questão.
Outro ponto relevante nessa temática é a ineficiência Estatal,que não cumpre por suas obrigações segundo o Artigo 7° da Declaração Universal dos Direitos Humanos,que diz que todos são iguais perante á lei,sem distinção.Entretando, a realidade das pessoas homoafetivas é outra, pois apesar de avanços tecnologicos,o pensamento arcaico e discriminativo persiste e reflete no cenário atual, gerando consequências como - baixa taxa de doação- . Tal pensamento confirma as ideias do filósofo John Locke , configurando-se uma violação do "Contrato social", já que o Estado não cumpre sua função de garantir que tais cidadãos gozem de seus direitos.
Portanto, indiscutivelmente ações são necessárias para resolver tal quadro.Posto isso, o Governo Federal em parceria com a mídia deve por meio de propagandas -durante horário nobre de televisão- incentivar a doação de sangue de toda á população, independente de sua orientação sexual,com o intuito de construir uma sociedade mais justa .Ademais,o Ministério da Saúde deve investir em exames para todos os doadores independente de sua orientação sexual.Somente assim é possível tirar as pedras do caminho, construindo um país melhor.