O culto ao corpo é uma prática que sempre existiu, porém, com o passar do tempo os padrões de beleza, que são normas estéticas que desejam formatar ou ditar como deve ou não ser o corpo e a aparência das pessoas. Tais imposições, porém, parecem intensificar cada vez mais a busca por procedimentos estéticos, fato comprovado por meio de dados da própria Sociedade Brasileira de Cirurgiões Plásticos (SBCP), que mostram um aumento de 25% nas intervenções estéticas em solo brasileiro, entre os anos 2016 e 2018.
O conhecido verso de Vinícius de Moraes “ As deias que me perdoem, mas beleza é fundamental”, é capaz de exemplificar como tais pensamentos estão enraizados no corpo social. Na contemporaneidade, a globalização e as mídias vem sendo utilizadas como meio de construção deste modelo físico.
Se tornam cada vez mais preocupantes os dados sugeridos pelas pesquisas com relação a satisfação corporal que vem sendo muito reduzidos, ao mesmo tempo os índices de transtornos alimentares, à obesidade, o uso de medicamento anorexígenos e laxantes, aumenta entre as populações cada vez mais jovens.
O problema reside na propagação de um ideal inatingível e irreal, que não estão relacionados a saúde, visto que um corpo considerado esteticamente perfeito pode não ser saudável, bem como em culpar o indivíduo que não atingiu este ideal, ação que pode acarretar diversas doenças mentais, como ansiedade e depressão.
Assim sendo, as instituições sociais devem estar atentas e dispostas a dialogar e informar a respeito dos riscos de se forçarem a seguir tais moldes, bem como incentivar e valorizar outros importantes valores, que não a aparência.