O racismo é praticado tanto quanto o esporte
No limiar da história da Grécia Antiga os esportes ganharam vida e assim foi disseminado ao mundo a prática de jogos e competições. Embora, tenha sido agregado como cultura mundial a prática dos esportes era seletiva, nem todos poderiam praticar as modalidades das competições, a parcela negra e pobres da sociedade era excluída evidenciando a segregação racial dentro do esporte. No contexto atual da sociedade brasileira esse cenário ainda existe, mas pode ser revertido com a representatividade negra em competições e jogos para modificar as raízes sociais que contribuíram com o racismo estrutural, desigualdade social e a necropolítica.
Precipuamente, é necessário citar que o racismo estrutural da sociedade brasileira, impossibilita a entrada de muitos jovens negros a lugares de destaque e dentro do esporte não é diferente, visto que pessoas negras só participaram de uma competição formal em 1904 nas Olimpíadas enquanto as competições olímpicas da era moderna ocorria desde 1896. Nomes como Jesse Owens, primeiro velocista a ganhar 4 ouros nas Olimpíadas, motivam e colaboram com a luta contra o racismo e na quebra de estigmas sociais.
Para mais, outro fator de relevância é a desigualdade social. A história nos mostra que novidades de entretenimento eram fundamentadas para pessoas ricas e brancas e o esporte também foi inserido na sociedade dentro dessa conjuntura dando pouco ou nenhum espaço para pessoas negras e pobres, colocando em ênfase mais uma vez a exclusão e a falta de oportunidade das parcelas sociais desfavorecidas.
Sucessivamente, é essencial mencionar um contexto mais crítico sobre o racismo, a necropolítica, onde grupos dominantes interferem diretamente no acesso e na oportunidade de comunidades sociais vulneráveis, de acordo com o filósofo Mbembe, responsável por criar o termo necropólitica, o Estado se prontifica a decidir ¨quem vive e quem morre¨. Para mudar esse aspecto de dominação social, a representatividade de pessoas negras em lugares de destaque no esporte é um ponto crucial na desmistificação de que o esporte tem que ser seletivo, abrangendo para todos a oportunidade de acesso a cultura esportista.
Diante da importância da representatividade negra dentro do esporte, o Governo Federal por meio do Ministério da Cidadania deve aumentar as campanhas e projetos de investimentos em jovens atletas, constituir planos de aumento de bolsas socioeconômicas para ajudar na manutenção da vida esportiva de atletas oferecendo o suporte necessário para a representação do Brasil em competições esportivas. Em síntese, somente assim é possível aumentar a representatividade negra dentro do esporte.