A Constituição Federal de 1988 emprega, em seu artigo 5°, que cidadãos brasileiros têm o direito de ir e vir, ou seja, de locomover-se livremente respeitando a legislação. Conquanto, tal prerrogativa não tem se reverberado com ênfase na prática quando se observa a dificuldade que a população encontra de mobilizar-se dentro do território nacional. Diante dessa perspectiva, faz-se imperiosa a análise dos fatores que favorecem esse quadro.
Em uma primeira análise, deve-se ressaltar a ausência de medidas governamentais para combater esse problema. Nesse sentido, é indiscutível a precariedade de recursos, como as rodovias, que são o principal meio de transporte do país. Essa conjuntura, segundo as ideias do filósofo John Locke, configura-se como uma violação do "contrato social", já que o Estado não cumpre sua função que garantir que os cidadãos desfrutem de direitos indispensáveis, tal como o transporte, o que é evidente no país.
Ademais, é fundamental apontar os acidentes de trânsito como um problema na mobilidade no Brasil. Segundo o portal do trânsito, em 2020, 80 pessoas morreram por dia em consequência de acidentes de trânsito no país. Logo, é inadmissível que esse cenário continue a perdurar.
Depreende-se, portanto, a necessidade de combater esses obstáculos. Para isso, é imprescindível que o governo, por intermédio de verba, deva fazer melhoria na infraestrutura — tanto nas rodovias e pavimentação, quanto na fiscalização e legislação — a fim de que diminuam os acidentes de trânsito, além de investir em melhorias no transporte público. Assim, se consolidará uma sociedade mais igualitária, onde o Estado desempenha corretamente seu "contrato social", tal como afirma John Locke.