Muito se discute sobre a cultura do cancelamento, podendo acontecer não só com figuras públicas mas também com anônimos. Uma simples curtida ou comentário em rede social pode gerar uma mobilização em massa contra alguém ou alguma marca.
Primeiramente, o cancelamento surgiu como uma maneira de amplificar a voz de grupos oprimidos, dando visibilidade a questões sociais e preservação ambiental. Mas no contexto atual a palavra "cancelar" tem a ideia de literalmente "eliminar" ou "tornar sem efeito" o agente causador de danos ou condutas tidas como reprováveis.
No ano de 2019, a cultura do cancelamento foi considerada o termo do ano pelo dicionário australiano Macquarie. Além disso, no mesmo ano segundo a revista Forbes o ex-presidente americano Barack Obama afirmou que o cancelamento é uma forma de se vangloriar por estar política ou socialmente mais consciente que alguém.
Em última análise, podemos argumentar que paradoxalmente o cancelamento amplifica aquilo que busca suprimir, mesmo que somente naquele momento.
Logo, pode-se dizer que por mais que a intenção de um determinado grupo seja "eliminar" o agente causador de uma conduta considerada reprovável . Só trará mais visibilidade para o assunto; contudo, também abrirá espaços necessários para discutir o tema causador do chamado "cancelamento".