São Tomás de Aquino defendeu que todas as pessoas devem ser tratadas com a mesma importância. No entanto, o cenário da educação de surdos no Brasil contraria o ponto de vista do filósofo, uma vez que, esse grupo é vítima constante de descriminação. Nesse contexto, torna-se evidente como causas o individualismo, bem como a insuficiência legislativa.
Sob esse viés, o individualismo caracteriza-se como complexo dificultador. Na obra "Modernidade Líquida", Zygmunt Bauman defende que a sociedade atual é fortemente influenciada pela ausência de um olhar empático para com os indivíduos de diferentes realidades. Essa liquidez que influi sobre a lacuna educacional de surdos funciona como empecilho para sua resolução.
Outro ponto relevante, nessa temática, é a insuficiência legislativa. A Lei n° 13.146, de 6 de julho de 2015, assegura às pessoas com deficiência o direito a educação inclusiva. No entanto, essa legislação não tem sido suficiente para erradicar a indiferença no que diz respeito à educação desse grupo. Dessa forma, com o enfraquecimento da lei, dificulta se a resolução desse problema.
Portanto, é evidente que medidas precisam ser tomadas para que tais entraves sejam solucionados. Logo, é necessário que as famílias, em parceria com a escola - enquanto instituição- exijam do poder público o cumprimento do direito constitucional de proteção as vítimas. Essa exigência deve se dar por meio da produção de ofícios e cartas de reclamação coletivos, com a descrição de relatos dos estudantes que apresentam deficiência auditiva, a serem entregues nas prefeituras, para que os princípios constitucionais sejam cumpridos. Dessa forma, a proposição de Tomás de Aquino poderá se cumprir na realidade brasileira.