Título: ser mulher

É fato que as mulheres têm conquistado espaços significativos na sociedade atual. Pesquisas mostram, por exemplo, uma inserção de 19% das ocupantes nas universidades brasileiras. Por outro lado, no que concerne à violência, liberdade de uso dos corpos e ascensão, não é possível notar tantos avanços. Nesse âmbito, percebe-se que a problemática permanece por conta de falhas na colocação da mulher na sociedade.
Cabe mencionar em primeiro plano que, esses avanços significativos obtidos por direito, embora muito positivos, não sejam livres de violência. No cenário político brasileiro, uma deputada foi aliciada dentro do congresso. Paralelamente, inúmeras relatam não terem autonomia dentro dos seus espaços de trabalho e às vezes, nem mesmo em suas famílias. A posse de corpos femininos é algo histórico no contexto social. A filósofa Simone de Beauvoir afirmava que, não se nasce mulher, torna-se mulher. Desde o nascimento, à mulher é inserida no mundo com suas finalidades muito bem definidas.
Segundamente, aquelas que fogem do considerado passível para que se seja uma mulher, tem fins trágicos ou percorrem caminhos muito difíceis até uma aceitável ascensão. As bruxas, como eram chamadas mulheres independentes praticantes de rituais inofensivos, eram queimadas por serem inteligentes e terem ideais contrários as imposições sociais. Esses fatores não se isolam somente à idade média, hoje em dia, para que uma mulher se torne realmente aquilo que é considerável, é preciso passar por procedimentos dolorosos, dietas e seguir à risca inúmeros padrões.
Infere-se que essas problemáticas referentes as mulheres são diretamente ligadas ao que se acredita “ser mulher”. Dessa forma, é imprescindível que discutamos primeiramente o que entendemos disso e porque tratamos como se isso fosse totalmente diferente do que é “ser homem”. Assim, viabilizaremos formas de inserção que não sejam nutridas de possíveis fins desagradáveis ou caminhos que exijam tanto.