Certamente não é de hoje que as mulheres negras são injustiçadas no Brasil, em decorrência do patriarcado racista estruturado no país. No Brasil Colônia as mulheres escravizadas eram violentadas pelos senhores de engenho, sendo tratadas como inferiores e insignificantes. Mesmo após a abolição da escravatura, em 1988, a mulher negra permanece vítima, na sociedade brasileira, de inúmeras violências como falta de acessibilidade aos direitos básicos sobretudo da saúde e educação, além do abandono paternal por parte dos seus maridos. Tal desvalorização, segundo a cantora Elza Soares, faz pessoas pretas, em geral, serem vistas como “a carne mais barata do mercado”.
Embora esteja evidente que as mulheres negras sofrem há séculos, devido às injúrias históricas, o povo brasileiro se nega a mudanças distorcendo o preconceito racial. “Não dá para falar em consciência humana enquanto pessoas negras não tiverem direitos iguais e sequer forem tratadas como humanos” são palavras da ativista Djamilla Ribeiro que alertam as dificuldades do povo negro no Brasil. Essas dificuldades são ainda maiores para mulheres negras, pois conforme o IBGE elas estão sujeitas aos abusos sexuais, físicos e mentais desde a infância e à falta de oportunidade de emprego e educação. Sendo assim, ser mulher e negra no Brasil significa uma cansativa resistência contra o preconceito pela sua raça e gênero.
Ainda com dados do IBGE, 7,4 milhões de famílias brasileiras são compostas de mães negras e solteiras, apontando os inúmeros problemas enfrentados por essas mulheres. Na série brasileira “Coisa Mais Linda”, a personagem Adélia, por ser uma mulher negra, precisa constantemente provar que pode estar na mesma posição e ambiente que uma mulher branca para ser valorizada e adquirir dinheiro de modo a sustentar sua filha e irmã, pois além de mãe solteira, é irmã mais velha. Longe da ficção Adélia representa o cotidiano protagonizado por várias mulheres marginalizadas como ela. E se essa problemática não for sanada, as suas injustiças persistirão com um maior agravamento.
Por isso é importante visibilizar vivências como a de Adélia para removê-las da margem social. Conforme a psicóloga Ellen Moraes a escola pode combater o racismo infantil e orientar os pais e alunos sobre o tema. Sendo assim, cabe as escolas, como educadoras, combater as injustiças realizando palestras com mulheres negras para conscientizar as crianças seus pais sobre o racismo. E cabe as delegacias, como defensoras de direitos, combater as violências raciais, com investimento do Estado, para reduzir o índice de violência desde já. Com isso, mulheres como Adélia não serão mais vistas como “a carne mais barata do mercado”, mas serão tratadas com seus devidos direitos, afinal são todas de uma única raça: a humana.
Demonstrar domínio da norma da língua escrita.
Sua nota nessa competência foi: Redação ainda não pontuada
Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo.
Sua nota nessa competência foi: Redação ainda não pontuada
Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.
Sua nota nessa competência foi: Redação ainda não pontuada
Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação.
Sua nota nessa competência foi: Redação ainda não pontuada
Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.
Sua nota nessa competência foi: Redação ainda não pontuada