Desde o Iluminismo, entende-se que uma sociedade só progride quando um se mobiliza com o problema do outro. No entanto, quando se observa a falta de democratização do ensino a distância, no Brasil, verifica-se que esse ideal iluminista é constatado na teoria e não desejavelmente na prática e a problemática persiste intrinsecamente ligada a realidade do país. Nesse sentido, convém analisarmos os fatores que favorecem esse quadro.
Em primeiro lugar, é fundamental pontuar que a falta de democratização na educação a distância deriva da baixa atuação dos setores governamentais, no que concerne à criação de mecanismos que coíbam tais recorrências. Segundo o filósofo grego Aristóteles, a política deve ser utilizada de modo que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. Desse modo, faz-se 'mister' a reformulação dessa postura estatal de forma urgente.
Em segundo lugar, é imperativo ressaltar a pobreza, sendo um dos problemas do EaD no Brasil. Para ter acesso a esse tipo de ensino, é preciso que o estudante tenha acesso a uma boa internet, tenha um computador e um celular. Segundo a pesquisa do TIC Domicílios de 2018, o acesso a internet ainda não é realidade para 30% da população brasileira. Indubitavelmente, medidas são necessárias para resolver esse problema.
Depreende-se, portanto, a necessidade de se combater esses obstáculos. Para isso, é imprescindível, que o Tribunal de Contas da União direcione capital que, por intermédio do Ministério de Educação e Cultura, será revertido na criação de um instituto para pessoas de baixa renda - onde famílias pobres possam se cadastrar e garantir um tablet para estudos - com o propósito de diminuir ao máximo a desigualdade, no que se refere ao EaD. Como já dito pelo pedagogo Paulo Freire, a educação transforma pessoas e essas mudam o mundo.