O sociólogo alemão Georg Simmel propõe o termo "Atitude Blasé" - livro "The Metropolis and Mental Life" - quando o indivíduo passa a agir com indiferença em meio às situações que ele deveria dar atenção. Nesse sentido, a realidade brasileira caracteriza-se com essa problemática, visto que a falta de integração social de pessoas com síndrome de down, está sendo cada vez mais banalizada. Dessa forma, configura-se a consolidação de um problema que possui raízes amargas no país, que persiste tanto pela ausência de atuação governamental, quanto pela base educacional lacunar.
"No meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho". Através desse trecho do poeta modernista Carlos Drummond de Andrade, percebe-se que a ausência de atuação do governo mostra-se como um obstáculo à resolução dessa questão, já que o estado é responsável por garantir igualdade a todos os cidadãos. Sendo assim, essa negligência estatal deixa a sociedade estimulada à não conviver com as diferenças.
Em uma segunda análise, a base educacional lacunar apresenta-se como um complexo agravante. De acordo com o censo de 2010 do IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - no Brasil há cerca de 270 mil pessoas com síndrome de down. Nesse âmbito, os indivíduos portadores dessa doença estão sendo deixados de lado, além de serem tratados com falta de respeito e educação. Então, a escola não tem cumprido com seu papel de reverter isso, o que influencia ainda mais no isolamento dessas pessoas.
Portanto, medidas estratégicas são necessárias para reverter esse cenário. Dessa forma, é necessário que o Governo em parceria com o poder judiciário, incluem esses deficientes em escolas comuns, por meio de leis e para dessa forma proporcionar o contato com os demais alunos. Ademais, por meio de palestras as escolas municipais devem mostrar a verdadeira realidade sobre esse assunto, afim de acabar com essa lacuna educacional. Assim, pode-se retirar uma grande pedra do caminho e revogar o termo "Atitude Blasé".