No cenário atual do Brasil enxergamos de um lado denúncias por corrupção e de outro desconfiança e pessimismo a cerca de quem ainda possui reputação intacta, pois sente-se que é questão de tempo até que sua índole seja revelada. Nos referimos comumente dessa forma ao políticos, mas por hora também culpamos um ao outro, porque somos "todos corruptos" ou assim afirmamos sem entender as causas ou consequências do problema, destacando-se entre estas, respectivamente, o perigo do senso comum e a banalização do errado.
Como exposto pela banda Charlie Brown Jr., na música o futuro é um labirinto pra quem não sabe o que quer, "Saber levar a vida é um contrato de bom senso", o senso ao qual se referem não é verdadeiramente bom, apenas comum ou acatado pela maioria. Se temos neste país pessoas que confiam cegamente no coletivo, e o instinto e as ações padronizadas do mesmo são corruptas, como poderia o indivíduo que deseja se enquadrar na construção social opor-se à esta unanimidade absoluta?
Quando reproduzimos falas, atitudes e pensamentos sem questionar, só porque é o que os "todos" fazem, acabamos por banalizar o errado, o corrupto. Retiramos dos ombros a responsabilidade de agir em conformidade com a justiça, nos permitindo o erro e a acomodação só porque já está tudo comprometido mesmo, como exemplificado na música que país é este, da banda legião urbana, "ninguém respeita a constituição, mas todos acreditam no futuro da nação".
A única solução viável para nos tornarmos uma nação justa é perder o medo do posicionamento contrário a maré. Somos todos parte do corpo social e nosso dever é julgar, lutar e transformar o injusto visando sempre progredir de forma unificada valorizando a vida, a ética e os direitos humanos.