No filme “Extraordinário” o personagem principal possui uma condição médica rara que deforma seu rosto, e por isso, sua mãe opta pela educação domiciliar por receio de seu filho sofrer discriminação. Por mais que essa seja uma decisão pensada no bem-estar emocional dessa criança, esse ensino acaba privando-a da socialização necessária para o desenvolvimento mental, racional e emocional.
Acima de tudo, deve-se ter conhecimento de que a escola, além de desenvolver o conhecimento acadêmico, ajuda a criança a formar seu pensamento crítico e aprender a lidar com diferentes opiniões e ideias, o que é de suma importância para ela na hora de sua inserção no mercado de trabalho. Já no ensino doméstico, a família assume por inteiro a responsabilidade de educa-la, correndo o risco de ser repassado apenas o que essa pessoa tem como vivência, podendo não ser o suficiente para um total aprendizado, e também privando esse indivíduo de passar por esse momento crucial que ajuda na construção da sua própria visão de mundo.
Como consequência do que foi dito anteriormente, afetará também a parte social da vida dessa criança, pois como ela não teve muito contato com outras pessoas da sua faixa etária, nem está acostumada a interagir com as mesmas, terá dificuldades em se comunicar e socializar, ou seja, será um adulto mais introspectivo, interferindo não só em suas relações profissionais como também pessoais. Tudo isso fruto da negligência dos pais que priorizaram sua opção, seja religiosa ou pessoal, ao invés de dar a liberdade de escolha para a pessoa que mais será afetada por isso: o filho.
Portanto, para que esse indivíduo não seja prejudicado pela escolha do estudo em casa, é necessário que os pais estabeleçam uma relação direta com a escola, por meio de atividades elaboradas por profissionais e idas a aulas práticas, para que o seu aprendizado não seja insuficiente e ele possa receber um acompanhamento em sua evolução nos estudos. Como consequência disso, ele começará a conviver com pessoas diferentes, melhorando assim sua capacidade de socialização. Esse equilíbrio entre escola e família, que a mãe da criança do filme citado deveria abordar, é essencial e necessário para que haja o desenvolvimento mental, emocional e racional desse futuro adulto.