"No meio do caminho tinha uma pedra". O verso de Carlos Drummond de Andrade traz uma reflexão dos percalços da vida em que, cada caminho, esbarra em um obstáculo a ser vencido. Não distante dos versos de Drummond, a realidade que vivencia os brasileiros na questão da educação a distância demonstra os problemas socioeconômicos do país que tanto impedem seu crescimento. Nesse contexto, faz-se necessário que medidas sejam tomadas não só a desigualdade em relação ao acesso à educação, mas também a falta de preparo para o ensino remoto.
Deve-se destacar, de início, a desigualdade em relação ao acesso à educação como um dos principais complicadores do problema. Nesse sentido, nota-se, no Brasil, que muitos estudantes não possuem computadores ou moradias com redes de internet, o que provoca um atraso em comparação aos estudantes com melhores condições de vida, e acentua a desigualdade social já existente entre eles, uma vez que o fator influencia na probabilidade do indivíduo ser aprovado em uma universidade.
A falta de preparo para o ensino remoto também é uma adversidade, uma vez que coloca a qualidade da educação ofertada em xeque. Estima-se que, no Brasil, 54% dos professores não cursaram, na graduação, uma disciplina voltada ao uso da tecnologia se comporta como um fator de extrema importância para a sociedade, essencial para o seu progresso.
Assim sendo, é evidente que a educação a distância configura-se como um problema que precisa ser resolvido. Portanto, cabe ao Ministério da Economia liberar fundos para serem gastos com equipamentos tecnológicos que serão distribuídos pelas escolas de modo a democratizar o acesso à educação. Além disso, os professores devem se capacitar quanto ao assunto tecnologia, através de cursos e matérias inseridas nas grades curriculares das faculdades brasileiras, com o objetivo de se tornarem aptos para o ensino à distância. Somente assim, essa questão será minimizada e deixará de ser pedras no caminho do país.