Na minissérie “Nada Ortodoxa”, apresentada pela Netflix, é perceptível a necessidade que judeus têm de viverem juntos em uma comunidade semi-isolada, devido às doutrinas de sua religião. Na obra é mostrado como as pessoas reagem de forma desrespeitosa e preconceituosa em relação à personagem principal. De maneira análoga à obra documental, na atual realidade brasileira, é visível a necessidade de caminhos para combater a intolerância religiosa. Dessa forma, isso ocorre, pelo racismo ainda enraizado em muitas esferas do Brasil e pela busca falha do estado por uma laicidade.
Diante deste cenário, o Brasil é um país que ainda possui práticas racistas em seu sistema. Assim torna-se evidente a ineficácia governamental que não procura alterar o pensamento colonial em relação à população afro-brasileira, apresentando meios para que essas pessoas sejam inseridas em todos os âmbitos da sociedade brasileira. Segundo o sociólogo Rousseau, é função do estado o cumprimento de uma sociedade integrada e harmônica. Neste sentido, ao não desempenhar ações eficazes, o governo colabora com a persistência de práticas racistas na nossa sociedade.
Ademais, cabe ressaltar como o estado não é laico no Brasil e como o ele finge que busca a laicidade apresentando isso nas suas escrituras, mas nunca criando ações efetivas ou colocando isto em prática. O político alemão, Joseph Goebbels, uma vez disse que: “uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade”. Desse modo, é possível enxergar a falta de um posicionamento por parte do governo em relação ao estado. Logo, o governo, ao não demonstrar apoio às outras religiões por meio de ações, acaba regredindo para um estado laico, onde apenas uma religião é levada em conta.
Portanto, para que haja uma expansão nos caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil é necessário que o Governo Federal, invista em ações efetivas para inserir as pessoas e suas diferentes religiões no sistema brasileiro, criando leis e programas governamentais, apoiando a diversidade de religiões no Brasil, afim de amenizar a discriminação entre a população e o negligenciamento do estado, diferentemente do que acontece no contexto da série “Nada Ortodoxa”.