O alemão Max Weber, importante teórico da Sociologia, no viés político dessa área, contribuiu com a Teoria da Dominação, que trata dos modos de poder existentes na sociedade. Em relação à dominação legal, ocorrente por meio das leis e suas aplicações, é evidente um distanciamento de sua efetividade, sobretudo no que se refere à persistência de preconceitos associados a transtornos mentais no Brasil. Essa problemática está sustentada por uma apatia governamental com a situação, além de uma deturpada perspectiva social a respeito do assunto.
Primeiramente, cabe citar a música “Chatterton”, de Ana Carolina e Seu Jorge, na canção, o eu-lírico dita o nome de diversas personalidades históricas que adquiriram algum tipo de doença mental durante a vida e afirma que, assim como tais personagens, ele não está bem. Nesse sentido, as atitudes dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário devem ser questionadas, haja vista a falta de projetos que visem oferecer assistência adequada para os brasileiros que sofrem com uma saúde mental desequilibrada; um problema que persiste até os dias atuais. Assim, pode-se comparar tal aspecto como uma “Bioquímica Social”, pois as pequenas partículas componentes de um corpo, quando não atuam adequadamente, podem adoecê-lo. Nesse caso, tratam-se de órgãos vitais inteiros, os poderes da República, os braços, o cérebro e o coração do país, que, juntos, são responsáveis pela saúde nacional e, portanto, devem resolver as questões de saúde psíquica enfrentadas pelo povo.
Entretanto, essa problemática não se refere apenas à inconsequência dos poderes, mas também, a uma ofuscada percepção da sociedade civil em relação àquilo que acontece no meio social. Tal questão está relacionada a uma baixa ou dubitável escolarização, que estagna o processo evolutivo dos cidadãos. Dessarte, a formação humana é fundamental para a sucessão ecológica das pessoas, ou seja, o progresso tem que ocorrer de modo a alcançar o máximo desenvolvimento possível. Nesse âmbito, compromete essencialmente a ação dos indivíduos na busca por projetos que possam, a todos, oportunizar o conhecimento sobre transtornos mentais e a importância de discuti-los. Desse modo, o debate, com informações corretas, pode contribuir para a eliminação desses estigmas enraizados no Brasil.
Portanto, para resolver-se o problema, é necessário a unificação das forças do governo e do povo. Sendo assim, ações mais eficientes devem ser empregadas a partir do redirecionamento de verbas e da construção de centros especializados em oferecer a devida assistência aos que sofrem com transtornos psíquicos; ações governamentais visando diminuir o número de casos. Além disso, as escolas e entidades midiáticas podem sediar eventos, palestras, debates e discussões que, por meio destes, possam oferecer uma maior nitidez a sociedade quanto a essencialidade de discutir o tema. Somente assim será possível alcançar a sonhada sanidade.