A série de televisão estadunidense ''Modern Family'', produzida pela ABC, expõe as histórias de três núcleos familiares, um casal heterossexual padrão, um com diferença de idades e um homoafetivo. Fora da ficção, fica clara a diversidade de famílias existentes. Entretanto, no Brasil, o modelo de família tradicional ainda carrega um enorme preconceito contra as famílias contemporâneas.

Sob essa perspectiva, vale ressaltar a construção histórica de uma única configuração familiar aceita pela sociedade. A Constituição Federal de 1988 reconhece, em seu artigo 226, como entidade familiar protegida pelo Estado, a união estável entre homem e mulher. Esse padrão, estabelecido pela Carta Magna brasileira, dificulta o cotidiano de várias famílias que, por exemplo, não conseguem matricular os filhos em escolas ou gozar dos direitos de uma união estável. Assim, é necessário que o Governo Federal reverta essa situação.

Por conseguinte, a falta de representatividade de famílias fora do padrão na mídia aumenta o julgamento da sociedade contra elas. A fabricante de margarina, Doriana, foi responsável em criar o termo ''família Doriana'', pois, em seus comerciais, sempre apresentava a família perfeita composta pelo homem, a mulher e os filhos. Logo, as propagandas publicitárias que utilizam deste estereótipo reforçam a ideia de que somente existe uma configuração familiar feliz e sem defeitos.

Portanto, é mister que o Estado tome providências para solucionar este impasse. Para reduzir o preconceito contra as famílias não tradicionais contemporâneas no Brasil, urge que o Poder Legislativo mude, por meio de uma emenda constitucional, o artigo 226 e reconheça os diversos grupos familiares como entidade familiar com garantia de seus direitos. Além disso, é necessário que as empresas utilizem dessa diversidade em seus comerciais para desfazer o estereótipo da família de propaganda de margarina. Somente assim, a sociedade brasileira será mais justa e igualitária.