A música brasileira Vida de viajante, de Luiz Gonzaga, retrata a necessidade do nordestino, morador do sertão, em sair de sua região em busca de condições de subsistência em lugares mais ricos do país. Infelizmente, a composição artística não destoa da realidade nacional, onde habitantes do Norte e Nordeste encontram-se impedidos de viverem dignamente em suas terras. Perante o impasse é imprescindível a redução das desigualdades regionais no país.
Desde o período imperial o Brasil é marcado pelo distanciamento entre as economias de suas regiões em decorrência da concentração das principais atividades econômicas nacionais no Sudeste. Ademais, o fato é perdurado durante a república constituindo um agravamento que acarretou na centralização de indústrias, campos acadêmicos, e vias locomotivas e ferroviárias nessa zona privilegiada e em seus arredores, em vista da maior atração para investimentos. Evidentemente, população nortista e nordestina é desfavorecida nesse processo devido à falta de oportunidade de emprego, formação superior e infraestrutura, fatores que culminam na representação inferior a um quarto, de ambas regiões somadas, no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, segundo dados do IBGE.
Consequentemente, as migrações tornam-se recorrentes no sentido norte-sul do país, se acentuando durante o êxodo rural, e geram uma concentração populacional de cidadões financeiramente instáveis, procurando formas de sustento no centro do Brasil. Dessa forma, esse desvio propicia na negligência dessas pessoas, frequentemente com pouco profissionalização, bem como no descaso quanto a importância de tornar acessível a vida nessas regiões, como foi presenciado durante a crise energética no Amapá, no ano de 2020, que levou dias para ser contida.
Portanto, medidas são fundamentais para resolver o problema, por intermédio da melhor distribuição de indústrias entre as regiões brasileiras e do maior investimento em universidades e infraestrutura no Norte e Nordeste; de modo aos Ministérios da Economia e Infraestrutura criarem projetos de instalação de setores produtivos nessas áreas e os encaminharem para a Câmera Nacional. Por meio dessa ação espera-se que a empregabilidade e investimentos na educação e infraestrutura aumentem e nessas áreas, a fim de que seus habitantes vivam em uma condição de igualdade e independência econômica entre as outras regiões do Brasil.