Na obra "Utopia" do escritor inglês Thomas More, é retratada uma sociedade perfeita, na qual padroniza-se pela ausência de problemas e conflitos. No entanto, o que se observa na realidade de muitos brasileiros é o oposto do que o autor prega, uma vez que, no que se refere ao estigma associado a doenças mentais na sociedade brasileira. Nesse sentido, percebe-se a configuração de graves problemas com contornos específicos, em virtude da negligência governamental, e do modo que as pessoas tratam essas doenças.

Em primeiro plano, cabe destacar que a questão constitucional e sua aplicação estejam entre as causas dessas adversidades. Conforme a Constituição Federal, promulgada em 1988, todos os cidadãos têm direito a saúde e ao bem-estar. Porém essa concepção encontra-se deturpada no país, visto que o Estado, não resolve o problema da falta de clínicas especializadas em psicologia e psiquiatria. Sob esse viés, os direitos assegurados pela Constituição Cidadã se distanciam da prática.  

Outrossim, em função da falta de conhecimento e tratamento, atua como impulsionador do problema. De acordo com a obra "Ética a Nicômaco", os cidadãos só alcançarão a felicidade através da política. Nessa perspectiva, é crucial a criação de políticas públicas para mitigar essa problemática.  

Diante do exposto, medidas são necessárias para a resolução desse estigma. Assim, urge que o Estado - especificamente, o ministério da saúde- crie clínicas públicas de psicologia, por meio de distribuição de verbas, e deve criar campanhas em escolas, para a prevenção do suicídio e doenças mentais. Nesse sentido, o objetivo de tal ação é acabar com os altos índices dessas doenças. Só assim, vivenciaremos uma verdadeira "Utopia", retratada por Thomas More.