O sociólogo polonês Zygmund Bauman cunhou o termo Modernidade Líquida para designar a forma como as instituições sociais se tornaram mais fluidas e instáveis. Exemplo dessa fluidez é o mercado de trabalho, que se encontra sempre em renovação e mudança, exigindo habilidades cada vez mais específicas dos candidatos, os quais precisam lidar com os desafios de se candidatar a uma vaga de emprego.

O advento das tecnologias da informação mudou o perfil de candidato buscado pelas empresas da mesma forma que a mecanização substituiu centenas de trabalhadores por uma única máquina. Tais eventos fizeram com que não só empregos deixassem de existir, como também a expansão do leque de habilidades exigidas a um candidato. Hoje, o jovem precisa ter domínio de ferramentas tecnológicas e aparelhos eletrônicos, assim como saber aplicá-los a área de interesse..

A insegurança acompanha os jovens na busca por uma vaga de emprego, uma vez que não há mecanismos que os preparem para essa liquidez. Exemplo disso é o currículo desatualizado das escolas, que privilegia métodos atrasados que serviram a uma realidade sem tecnologia. As consequências disso é a ausência de disciplinas voltadas à profissionalização e a orientação vocacional, fazendo com o que os estudantes precisem buscar outros meios para se preparar para o mercado de trabalho.

Considerando o exposto, é mister que políticas públicas voltadas para a preparação do jovem ao mercado de trabalho sejam adotadas, em vista da instabilidade que esse ambiente possui. Assim, cabe ao Ministério da Educação a formulação de um currículo escolar atualizado, o qual adotaria disciplinas voltadas para a orientação profissional e a educação financeira, com o objetivo de formar candidatos preparados e que saibam lidar com a liquidez das relações profissionais.