A poluição sonora é um fenômeno evidente no Brasil. Tal estorvo deve ser combatido com urgência, não só pelo Estado, mas também pela sociedade, uma vez que este problema traduz-se como risco à saúde coletiva. Sendo assim, torna-se bastante relevante uma análise criteriosa dos tópicos que corroboram essa problemática: ausência de leis efetivas e escassez de empatia entre os indivíduos.
Em primeiro plano, é válido refletir sobre o pensamento do filósofo John Locke, o qual afirma que "Onde não há lei, não há liberdade". Nesse sentido, frente aos campeonatos ilegais de som automotivos, os moradores das proximidades onde cujos eventos ocorrem não gozam do conceito libertário do pensador supracitado, pois não se sentem à vontade dentro ou fora de suas casas devido tamanhos ruídos.
Outrossim, em consonância com o escritor Matthew Quick, "Quando nosso coração está repleto de empatia, um forte desejo de eliminar o sofrimento alheio surge dentro de nós". Nessa perspectiva, nota-se a carência desse sentimento nos seres sociais, acarretando além do incômodo sensorial, impasses à saúde mental e metabólica, e liberação de 2 mcg/kg/min de noradrenalina (hormônio do estresse), segundo a USP. Formando uma população estressada e enferma.
Destarte, urge a necessidade de superar tais desafios para alcançar a harmonia neste setor da saúde coletiva. Para isso, cabe ao Governo, por meio do Poder Legislativo, incrementar a já existente Lei do Silêncio, de modo que se torne mais abrangente e menos branda. Abarcando, por exemplo, as batalhas de sonância automobilística nas ruas, principalmente próximo a hospitais e unidades de ensino e aditando as multas. Desta maneira, a saúde grupal se preserva e há um possível consenso de paz acústica, sem poluir mentes e ambientes.