A novela “A força do querer”, da produtora Rede Globo, retrata a luta contra o tráfico de drogas. Na novela, Rubinho, marido de Bibi, para surpresa de todos os seus vizinhos e parentes, se envolve com o tráfico e acaba virando chefe do morro. Fora da ficção, o narcotráfico também é um problema muito presente no Brasil, e muitas famílias sofrem muito com o vício. Levando em consideração que o tráfico é algo muito corriqueiro, fica claro que a política antidrogas brasileira é ineficiente.

É necessário salientar que as pessoas associam drogas somente as ilícitas, e se esquecem da ampla quantidade de narcóticos que existem, e que também são comercializados de forma indevida e criminosa, mas não são tão bem fiscalizados. Com a divulgação de um estilo de vida que busca um corpo inalcançável, através das redes sociais, as pílulas de emagrecimento e o consumo de anabolizantes e hormônios sem acompanhamento médico se tornaram cada vez mais comuns. Farmácias vendem remédios sem prescrição médica, de forma irresponsável , o que também pode ser entendido como tráfico ilegal. Também o álcool, droga legalizada no Brasil, é vendido para menores, de forma a influenciar desde cedo o vício, além de ser crime previsto por lei.

Também é importante entender que a política antidrogas brasileira reforça a desigualdade social e potencializa a discriminação para com o pobre, residente da periferia. Isso acontece porque o alto escalão das drogas não é responsabilizado. Muitas vezes, o negro da favela é apenas um bode expiatório, utilizado pelos ricos envolvidos neste mercado, apenas para esconder suas culpas. Rubinho, por exemplo, foi se envolvendo cada vez mais com o tráfico e acabou virando mandante de tudo. No início ele foi seduzido num momento difícil e depois começou a aliciar o pobre marginalizado, que não vê outra opção a não ser o crime. Não só na novela, mas também no mundo real, muitos jovens se envolvem desde cedo com o tráfico de drogas, porque são ameaçados, e muitas vezes não veem outra saída. Para combater o tráfico é necessário punir a origem do problema, não apenas o vendedor da periferia.

Portanto, cabe às famílias e à escola, juntamente com programas de combate às drogas, como o PROERD, mostrar às crianças a diversidade de drogas existentes, além de oferecer oportunidades de um futuro melhor para pessoas marginalizadas. Isso poderia ser feito por meio da realização de palestras com ex-usuários, ou até mesmo da divulgação de vídeos informativos sobre o tema, além do oferecimento de bolsas de estudo e atividades extracurriculares para as crianças da periferia. Como efeito, o número de pessoas no crime reduziria e a população entenderia os riscos que as drogas oferecem. Só assim, o número de aliciados nas periferias, como os que Rubinho envolveu, e de dependentes químicos seriam cada vez menores. Assim, a política antidrogas no Brasil se tornaria mais eficiente.