Na conhecida "Alegoria da Caverna", o filósofo grego Platão associa a falta de conhecimento com uma percepção ilusória do mundo, trazendo a metáfora para o Brasil contemporâneo, é fato que a presente taxa de analfabetismo traz propositais exclusões políticas e sociais.

Na ótica política-governamental, o país vem, mesmo que indiretamente, regendo um plano para promover a não educação crítica, desta forma a população pobre e periférica não aprenderá a contestar seus líderes eleitos, nem mesmo fazer uma boa escolha ao elegê-los. A "caverna" utilizada para impedir o ganho de conhecimento se faz presente, principalmente, no sucateamento das escolas públicas e na recusa do governo federal de reformar o modelo de ensino, que segue industrial.

Socialmente, os analfabetos e semianalfabetos, por mais que consigam interagir bem dentro da própria bolha, são inevitavelmente segregados devido à não capacidade de leitura e/ou interpretação de textos, sendo assim muito suscetíveis à serem manipulados por notícias falsas, propagandas enganosas e vendedores mal intencionados. Refletindo sobre os impactos da ausência da educação, o educador Paulo Freire diz que "Ensinar não é transferir conhecimento, é criar possibilidades para sua construção".

Baseando-se nas problemáticas citadas, são necessárias medidas que funcionem independentemente de apoio governamental, como a ação de ONGs e professores voluntários que, presencialmente ou não, se esforcem em alfabetizar essa grande parcela de brasileiros.