No anime e mangá nomeado de Berserk, existe o personagem Griffith, o mesmo quando criança, sendo pobre, olhava para um castelo no topo de uma colina desejando-o para si e tendo o sonho de conquista-lo quando fosse adulto. Esta é uma explícita representação do menos favorecido em busca de algo quase que fora de seu alcance. Trazendo para a nossa realidade isso pode se exemplificar no fato de que muitas das salas de cinema estão centralizadas em bairros e em localizações de maior prestígio sendo assim um reflexo de o quão caro pode ser um simples passeio ao cinema. Não é novidade que o Brasil é um país desigual, em questão de modo de vida e segurança no geral, a concentração de cinemas mostra que muitos não tem condições de pagar o transporte, a refeição, e o ingresso.
Ao longo do tempo, os serviços de “streaming” foram se intensificando, principalmente com a chegada da Netflix, o espaço entretenimento do Brasil foi se solidificando cada vez mais. Amazon Prime, HBO Max, TeleCine Play, e muitos outros se instauraram no Brasil pela facilidade de acesso. Você não precisa sair de casa e muito menos pagar um ingresso, com isso menos gastos ocorrerão já que você pode assistir quantos filmes quiser pelo preço de uma viagem ao cinema. Muitos não têm condições porque moram em comunidades menos favorecidas onde só a passagem de um transporte público até o local já é um preço considerável. A concentração de salas em áreas mais privilegiadas só mostra o maior percentual de público que vai até o local e o utiliza.
Umas das respostas para solucionar o problema é um maior espalhamento de salas ao longo das cidades, principalmente nas periferias, reduzindo não só o gasto de viagem, como também o ingresso, que teria o valor abaixado. Em compensação os filmes seriam os já saídos de cartaz, levando-os para a comunidade, ajudando-os não só na questão de entretenimento, mas oferecendo um maior percentual de cultura proveniente da sétima arte para aquela região. A parceria da Ancine juntamente com o Governo Federal ajudaria nesse ponto.